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Dia 12 de Março -A "Geração à Rasca" sai à rua

Para o dia 12 de Março está convocada  e prevista uma manifestação, em várias cidades  e capitais de distrito de Portugal organizada a partir da rede social Facebook denominada "Protesto da Geração à Rasca".
Segundo notíciado pelo jornal "O Público":
"O movimento de protesto, definido como "apartidário, laico e pacífico", reivindica o direito ao emprego, o fim da precariedade, a melhoria das condições de trabalho e o reconhecimento das qualificações.
Dados recentes do INE ajudam a perceber a elevada adesão que a iniciativa está a ter: no último trimestre de 2010, a taxa de desemprego entre jovens dos 25 aos 34 anos era de 13,4 por cento.
Mais de 77 mil portugueses trabalhavam com "recibos verdes".
Às 15h00 do dia 12 de Março, esta geração de desempregados, trabalhadores subcontratados e estagiários reúne-se na Avenida da Liberdade, em Lisboa e na Praça da Batalha, no Porto, para mostrar aos dirigentes políticos e aos empregadores que está "à rasca".
O Manifesto
O manifesto do "Protesto da Geração à Rasca" pode ser lido no blog geracaoenrascada.wordpress.com (ver blog) :
No Manifesto pode-se lêr:
"Manifesto
Nós, desempregados, “quinhentoseuristas” e outros mal remunerados, escravos disfarçados, subcontratados, contratados a prazo, falsos trabalhadores independentes, trabalhadores intermitentes, estagiários, bolseiros, trabalhadores-estudantes, estudantes, mães, pais e filhos de Portugal.
Nós, que até agora compactuámos com esta condição, estamos aqui, hoje, para dar o nosso contributo no sentido de desencadear uma mudança qualitativa do país.
Estamos aqui, hoje, porque não podemos continuar a aceitar a situação precária para a qual fomos arrastados.
Estamos aqui, hoje, porque nos esforçamos diariamente para merecer um futuro digno, com estabilidade e segurança em todas as áreas da nossa vida.
Protestamos para que todos os responsáveis pela nossa actual situação de incerteza – políticos, empregadores e nós mesmos – actuem em conjunto para uma alteração rápida desta realidade, que se tornou insustentável.
Caso contrário:
a) Defrauda-se o presente, por não termos a oportunidade de concretizar o nosso potencial, bloqueando a melhoria das condições económicas e sociais do país.
Desperdiçam-se as aspirações de toda uma geração, que não pode prosperar.
b) Insulta-se o passado, porque as gerações anteriores trabalharam pelo nosso acesso à educação, pela nossa segurança, pelos nossos direitos laborais e pela nossa liberdade.
Desperdiçam-se décadas de esforço, investimento e dedicação.
c) Hipoteca-se o futuro, que se vislumbra sem educação de qualidade para todos e sem reformas justas para aqueles que trabalham toda a vida.
Desperdiçam-se os recursos e competências que poderiam levar o país ao sucesso económico.
-Somos a geração com o maior nível de formação na história do país.
Por isso, não nos deixamos abater pelo cansaço, nem pela frustração, nem pela falta de perspectivas.
Acreditamos que temos os recursos e as ferramentas para dar um futuro melhor a nós mesmos e a Portugal.
Não protestamos contra as outras gerações.
Apenas não estamos, nem queremos estar à espera que os problemas se resolvam.
 Protestamos por uma solução e queremos ser parte dela.
No mesmo blog os autores dão a conhecer os seus objectivos numa carta aberta à sociedade cívil:
Carta aberta à Sociedade Civil onde pode ler-se:
Publicado em 04/03/2011 por Geração Enrascada
Carta aberta a todos os Cidadãos, Associações, Movimentos Cívicos, Partidos, Organizações Não-Governamentais, Sindicatos, Grupos Artísticos, Recreativos e outras Colectividades:
Protesto da Geração À Rasca
12 de Março às 15 horas
Avenida da Liberdade – Lisboa e Praça da Batalha – Porto
Exmos. Srs.,
O «Protesto da Geração À Rasca» surgiu de forma espontânea, no Facebook, fruto da insatisfação de um grupo de jovens que sentiram ser preciso fazer algo de modo a alertar para a deterioração das condições de trabalho e da educação em Portugal.
Este é um protesto apartidário, laico e pacífico, que pretende reforçar a democracia participativa no país, e em consonância com o espírito do Artigo 23º da Carta Universal dos Direitos Humanos:
1. Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a condições equitativas e satisfatórias de trabalho e à protecção contra o desemprego.
2. Todos têm direito, sem discriminação alguma, a salário igual por trabalho igual.
3. Quem trabalha tem direito a uma remuneração equitativa e satisfatória, que lhe permita e à sua família uma existência conforme a dignidade humana, e completada, se possível, por todos os outros meios de protecção social.
(…)
Por isso, protestamos:
-Pelo direito ao emprego.
-Pelo direito à educação.
-Pela melhoria das condições de trabalho e o fim da precariedade.
-Pelo reconhecimento das qualificações, competências e experiência, espelhado em salários e contratos dignos.
Porque não queremos ser todos obrigados a emigrar, arrastando o país para uma maior crise económica e social.
Segundo o INE, o desemprego na faixa etária abaixo dos 35 anos corresponde hoje à metade dos 619 mil desempregados em Portugal.
 A este número podemos juntar os milhares em situação de precariedade: “quinhentoseuristas” e outros mal remunerados, escravos disfarçados, subcontratados, contratados a prazo, falsos trabalhadores independentes, estagiários, bolseiros e trabalhadores-estudantes.
No que concerne à educação, o acentuar das desigualdades no acesso ao ensino limita as oportunidades individuais.
 Milhares de pessoas são impedidas de ingressar ou obrigadas a abandonar os seus estudos.
Outras ainda vivem situações de indignidade humana para conseguirem prosseguir os seus percursos académicos.
Não negligenciamos os problemas estruturais, domésticos e internacionais, que afectam a vida de muita gente na procura e obtenção de emprego.
 Queremos alertar para a urgência de repensar estratégias nacionais e não nos resignamos com os argumentos de inevitabilidade desta situação.
É com sentido de responsabilidade que afirmamos que, sendo nós a geração mais qualificada de sempre, queremos ser parte da solução.
No dia 12 de Março, pelas 15 horas, convidamo-lo a estar presente na Avenida da Liberdade em Lisboa ou na Praça da Batalha no Porto, no Protesto da Geração à Rasca cujo manifesto abaixo citamos.
João Labrincha
Paula Gil
Alexandre de Sousa Carvalho
António Frazão
 Protesto de grupo de jovens em durante discurso de Sócrates em Viseu visto irónicamente pelo Primeiro-Ministro como  "brincadeira de Carnaval"
Ainda ontem dia 7 de Março, na véspera do dia Internacional da Mulher, um grupo de jovens do movimento Geração à Rasca protestou em viseu durante um jantar do PS em Viseu, enquanto o Secretário-Geral do PS discursava , interrompendo o discurso de José Sócrates com palavras de ordem contra a precaridade e o desemprego...
Abaixo podem ver-se dois vídeos promocionais relativos aos objectivos do protesto de dia 12 bem como no último deles a canção dos "deolinda" que já se vai tornando um hino destes protestos.
-Os jovens que protestavam foram encaminhados para a saída, e segundo aqueles , alguns deles foram corridos a pontapé, muito apesar do "convite" irónico de José Sócrates, que com a ironia que "já lhe é habitual" qualificou o protesto dos jovens como uma brincadeira de Carnaval.
De seguida podemos ver uma entrevista dada à televisão pelo Professor Marcelo Ribeiro Teles em que fala sobre os protesto da Geração à Rasca e um vídeo relativo a intervenção da GNR aquando da visita de José Sócrates a Múrcia:

5 comentários:

Anónimo disse...

Acho o manifesto da “geração à rasca” muito reduzido
e muito redutor!
Pegar pelos quinhentos euritos é muito pouco.
se calhar com mais uns trocos acabavam todos os protestos!
É pouco ideal!
Pouco idealismo e ambição!
Para uma geração a quem nada faltou na sua vida no passado
por parte dos cotas: papás e mamãs,
de fazer birras para comer
e não comer a sopa!!!
dos senhores “profs “ que lhe “deram a nota”..
Aos quais nunca faltaram os telemóveis uns após outros
( os mais modernos possíveis)
para mandar mensagens idiotas, porcas e sujas…
Telemóveis só para consumir, gastar
e não produzir, facturar, criar e evoluir!!!
As roupas de marca,
os jeans,
os ténis,
as mini-saias.
Das facilidades do sexo, das borlas
e promiscuidades,
as saídas nocturnas, as discotecas,
as sornas de fim de semana de colagem á cama,
a incultura e não gosto pela arte, música, teatro
que lhes são peculiares.
Que há a esperar deles?
Gostaria de os ver lutar
por um País de Marinheiros!
por dar novas luzes ao Mundo!
Vê-los figurar na Marinha,
Nas Forças Armadas,
Lutar pela beleza
e turismo do País,
Pela Conservação do ambiente,
Pela limpeza das florestas,
Pelo erradicar das drogas e
Toxicodependências.
Da luta contra o tabagismo, álcool e ruído e
Acarinhamento das indústrias não poluentes,
Etc.
Todavia penso que haverá jovens
Que não pactuam com o que acaba de ser escrito.
Que adoram os seus avós que lutaram
pela Pátria na Guerra Colonial.
Que estimam os seus pais que usufruíram
e orientaram bem a Liberdade do 25 de Abril!
E que neste momento se vêm entalados entre aquilo que gostavam de ser
e aquilo que lhes é dado!
Uma coisa é certo que ninguém lhes vai dar nada!
Não estão educados para lutar, para a luta, mas para a dádiva!
Se lhes derem mais mesmo que seja quinhentos Euros!
É MUITO POUCA A SUA EXIGÊNCIA
SE COM ISSO SE CALAREM!

Anónimo disse...

Caro Sr. Anónimo:

Isso que diz não são mais do que "balelas" de quem, das 2 uma:
1) Ou está frustrado
2) Ou está frustrado
Talvez por não estar contente com a sua vidinha medíocre, de quem defende subtilmente a "moral e os bons costumes" e fala mal do que não sabe... Claro Sr. Anónimo, a "ignorância é (sempre) atrevida"
Sou membro da denominada "geração rasca", denominação dada por um político aos jovens nascidos maioritariamente entre 1978 - 1980, que se debatiam em 1994 contra as Provas Globais no Ensino Secundário.
Fiz birras quando não queria comer, mas não é o que todas as crianças fazem? Não me venha com histórias, que isso é trans-geracional e trans-cultural. Todas as crianças fazem birra de vez em quando, seja em Portugal, seja na China.
Quanto aos professores que tive, que eu tenha conhecimento nunca me deram notas por favor e dei sempre mostras do meu elevado desempenho, quer em testes de avaliação interna, quer em Provas Globais, Exames Nacionais, Exames de Faculdade, Avaliações Profissionais.
Telemóvel tive quando ingressei na Faculdade, como quase toda a gente da minha época, para ser mais fácil comunicar.
Quanto ao conteúdo das chamadas e das mensagens, não sei o que tanto o aflige... LOL (Laughing Out Loud, é o que significa). Afinal, desde que a há documentação de escritos, sempre existiram textos "porcos" e "sujos".
Se o Sexo lhe causa tanta espécie, é porque não deve gostar ou deve encará-lo de uma maneira reprodutiva e repugnante... frustração uma vez mais lhe atribuo.
Bem, e mais me repito, porque tudo o resto que diz é de uma pessoa retrógrada e agarrada a preconceitos...
Respeito a sua opinião, mas não partilho da mesma, pois confunde-se e muito.
O facto de admirar os meus antepassados e de os honrar nada tem a ver com os comportamentos "devassos" refere. Posso usar mini-saia, sair à noite e beber um copo, sem que isso faça de mim promíscua.
E promiscuidade sempre existiu, desde as Civilizações antigas do Egipto, Grécia, Roma, passando pela Idade Média, Renascimento, etc., etc.
Não venha agora com esses moralismos para cima de nós. Afinal a SIDA começou a ser transmitida a torto e a direito talvez na sua geração.
E o ópio, o haxixe, a Cocaína, a Heroína e outras tantas substancias ilícitas de certeza que não começaram nos anos 90.
Basta de andar sempre a falar nos "gloriosos" feitos históricos de Portugal. Afinal não somos assim tão conhecidos lá fora pelos Descubrimentos como nos querem fazer crer.
Quanto ao "25 de Abril" claro que foi um marco e por isso as manifestações, desde que pacíficas e informadas, levadas a cabo por pessoas cívicas e informadas, deverão ter todo o apoio.
Quanto aos 500 euros, será um pretexto, claro, mas afinal só mais um de tantos.
Afinal uma pessoa esforça-se, estuda e quer ver reconhecido o seu trabalho e fazer jus ao tal investimento dos papás... Ou não?

Cláudia Lopes

SERGIODAUDE disse...

É importante que nos levantemos e lutemos contra este estado de coisas no qual a precariedade é senhora e raínha.
Acabaram-se as grandes companhias e as fábricas centenárias que foram o emprego garantido e hereditário de algumas gerações de operarios. Em todo lado proliferam os recibos verdes, e os contractos a termo incerto; na construção cívil a mão-de-obra portuguesa é cada vez mais a segunda escolha em detrimento de mão de obra mais barata (legal ou ilegal). Assiste-se à institucionalização do trabalho temporário, em substituição da mão de obra já efectiva com cada vez maior recurso aos despedimentos....assiste-se a um cada vez maior consumo de cérebros para alimentar as teleoperadoras e o telemarketing e as vendas de tv cabo; as competências académicas não são reconhecidas e vêem-se cada vez mais jovens a fazer trabalhos precários a servir cafés e com poucas ou nenhumas possibilidades de carreira, tendo como única alternativa a emigração..e depois queixamo-nos de estarmos na cauda da Europa....trabalhar a dias, trabalhar em cafés a servir mesas SEM VINCULO LABORAL OU OUTRO QUE NÃO O VERBAL , ou trabalhar na construção com contratos de dois ou três dias a termo incerto não deixa de ser trabalho precário...
É contra isto que temos que lutar

SERGIODAUDE disse...

O Temor da liberdade faz o orgulho de ser escravo
-Rudolf Rocker-
É uma frase que dá que pensar....há que lutar contra aqueles que comem tudo para que não fiquemos sem ter o que comer....há que não deixar que o 25 de Abril seja apenas mais um feriado....olhemos à nossa volta....abramos os nossos olhos e não nos fiquemos pela indolência complacente de quem amealha as injustiças

Anónimo disse...

Experiencia de trabalho =cunha.....

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