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Afinal, o que é que sabia o Papa sobre a pedofilia de alguns sacerdotes?

A reportagem que se segue põe em causa a atuação do atual Papa Bento XVI, enquanto foi Cardeal Ratzinger em relação aos escandalos de pedofilia que afligiram a Igreja.
"Ao calar as denúncias contra os seus sacerdotes por abuso sexual e maus-tratos, o Vaticano cometeu outra falta igualmente grave: o encobrimento desses mesmos actos criminosos.
Padre Lawrence Murphy ao centro
O Padre Lawrence Murphy, o 1º da esquerda ao alto
Bento XVI-ex Cardeal Ratzinger
 O Paradoxo é que o seu temor aos escândalos gerou um outro (escândalo) sem precedentes, um escândalo que implica ao Papa, e agora graças à CNN de língua castelhana, a opinião pública fica a conhecer esse escândalo em detalhe.
A investigação de Gary Tuchman entitulada "O que sabia o Papa", apresentada pela primeira vez esta semana na CNN, relata uma história de infámias.
Foca a sua atenção no Papa: na sua inação diante dos padres pedófilos e na sua perseguição a outros religiosos por desviar-se da linha oficial do Vaticano.
O programa revela que o Papa ignorou as súplicas de vítimas e mesmo de clérigos, para que expulssasse a certos padres da Igreja, incluisve aqueles condenados pela Justiça, e dilatou medidas que haviam salvo outros jovens das atrocidades.
Pior ainda: O papa protegeu a esses mesmos padres e os transferíu das paróquias de onde tinham feitos os horrores, para outras, onde repetiram impunes, vilezas infrenais.
A CNN assinala que o escritório do então cardeal, Josph ratzinger, conhecia as denuncias por abuso sexual contra Lawrence Murphy no Winsconsin.
Durante 20 anos este sacedote abusou e violou duas centenas de rapazinhos do colégio St.John na cidade de Milwakee, com uma agravante: todos eram meninos surdos.
É o caso de Terry Kohut, que contou a sua história ao vivo e é o primeiro que faz uma demanda ao Papa dando a cara, pela sua passividade ante o ultraje.
Vítimas e bispos pediram ao cardeal que expulsasse ao padre Murphy e o expulsasse da Igreja.
Ratzinger nunca o fez.Só o transferiu para outras dioceses onde cometeu mais delitos e o padre Murphy acabou por morrer em 1998, ainda com a sua vestimenta de sacerdote católico romano.
O cardeal Ratzinger tão pouco nada fez em casos idênticos ou ainda mais graves.
Em Graffing, Alemanha, o padre Peter Hollerman violou menores durante sete anos e foi logo transeferido para uma outra paróquia onde voltou a fazer o mesmo.
Muito embora o vaticano tivesse sido informado a tempo do delito, Ratzinger autorizou ainda assim a transferência daquele cónego, e a CNN encontrou a ordem  dele emanada e assinada pelo seu punho e letra.
De igual modo aconteceu no caso de  Steven Kiesle, padre condenado duas vezes por pedofilia.
Uma década depois da sua primeira condenação, Kiesle continuava ainda no sacerdócio.
Ele mesmo quis retirar-se da Igreja, mas Ratzinger opô-se a isso durante seis anos.
Por seu lado, o Padre Alvin Campbell declarou-se culpado de crimes contra menores efoi sentenciado a 14 anos de cadeia.

Um bispo pediu que o retirassem da Igreja, mas ratzinger negou-se.
 Porquê?
Necessitavam a permissão do criminoso para dar seguimento à sua expulsão.

Estes casos assustam-nos pela inação de Ratzinger.
Por outro lado, contra quem atuou e com bastante violência? Contra sacerdotes como Thomas Reese, director da revista "America" , por publicar artigos "polémicos".
Ratzinger foi tão feroz contra estes padres que o apodaram de "O Rotweiler de Deus", e castigou a dezenas deles por se afastarem da linha oficial de Roma.
Esta tragédia tem vários culpados, cada um com a sua própria quota de rsponsabilidade.
Mas a CNN revela que ao Papa Bento XVI, pelo cargo que ocupou nesse tempo, mais o que fez ou deixou de fazer para ajudar a crianças indefesas, vítimas de clérigos (padres) vorazes, a ele lhe coresponderá portanto a quota mais importante."
Texto do Conteúdo: Juan Carlos Botero


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Concerto com o quarteto Chagas/Viegas/Curado/Pipa/Okamoto | Espaço APAV & Cultura | 4 Abril

Chagas/Viegas/Curado/Pipa/Okamoto | Espaço APAV & Cultura | 4 Abril
No próximo dia 4 de Abril, quarta-feira, o Espaço APAV & Cultura acolhe um concerto ao fim da tarde, com o quarteto Chagas/Viegas/Curado/Pipa/Okamoto.
 Este espectáculo tem início pelas 19h00, nas instalações de sede da APAV, na Rua José Estêvão 135-A (ao Jardim Constantino), em Lisboa.
 Este grupo reúne o contrabaixista japonês Maresuke Okamoto com quatro improvisadores portugueses: Paulo Chagas (saxofones), João Pedro Viegas (clarinetes, saxofones), Paulo Curado (saxofones) e Miguel Pipa (bateria, percussão).

 Reunindo músicos de raíz jazzística, este quinteto irá abordar os territórios da improvisação livre, na construção e intersecção de caminhos comuns, a partir da soma dos contributos individuais.
 Este concerto tem entrada livre.

"O caso Nero" Cão agredido violentamente no Bairro Planalto em Araucária -Brasil

Publica-se este caso ocorrido no Brasil, em Araucária, no Bairro Planalto, Paraná e do qual o blog Desigualdade de Direitos teve conhecimento através da página "Bicho não é lixo " do Facebook e cujo comunicado, em solidariedade para com este caso que não deve de modo algum passar em branco, aquí se publica:
"Hoje (08/03/2012) atendemos a um caso de maus tratos, no bairro Planalto em Araucária e resgatamos este amigo.
Ele foi covardemente espancado por um MONTRO, com uma "ripa com pregos"!
 Ele era um cão de rua e apanhou dessa forma apenas por ter entrado no quintal da pessoa.
Ele estava com muitas bicheiras,muito machucado!Imaginem o sofrimento que estava passando! Infelizmente, perdeu um olho! Não podemos admitir esse tipo de tratamento com nossos animais, seres que não tem como se defender!
REVIRAVOLTA NO CASO NERO. 

Pessoal, não fizemos ainda o Boletim de Ocorrência pois o laudo veterinário não ficou pronto. Estivemos na rua onde foi feito o resgate e conversamos com vários vizinhos, inclusive com a que fez a denúncia.
Nenhum deles afirmou ter visto a agressão, apenas que o suposto agressor tem costume de atirar pedras e espantar de forma agressiva os cães que transitam na rua.
E, infelizmente, são muitos.
 Descobrimos que o NERO, como batizamos este querido, chamava-se Robert, tinha casa e tutores. Estamos com todos os dados da tutora que negligenciou tudo ao cão, alimento, abrigo e proteção.
O pobre foi colocado para fora de casa, era alimentado por vizinhos.
 Em conversa com o veterinário que fez o atendimento e nos entregará o laudo, foi explicado que haviam várias lesões, além das bicheiras.
 Em conversa com a vizinhança soubemos que a responsável, embora tenha alugado sua casa a pouco tempo, continuava frequentando a rua pois seu filho permaneceu morando em outra casa na mesma quadra e que mesmo sabendo que o cão se encontrava naquele estado, não se importava.
 Entramos em contato com a "tutora" que abandonou o cão e a mesma de forma alguma mostrou remorso ou tentou saber do estado do cão, tendo se limitado a dizer que alugou a casa e não pode levar o animal.
 Nossa investigação foi bem sucedida e assim que tivermos o laudo do veterinário, o que acreditamos que acontecerá amanhã, faremos o BO.
 Em resumo, indicaremos o nome de duas pessoas no BO para que a polícia investigue: a tutora por abandono e maus tratos e o suposto agressor por maus tratos.
 Ajudem-nos a divulgar. Obrigada a todos"
A publicação deste e de outro caso refira-se não tem por missão denegrir a imagem do Brasil, país em que tal como em Portugal e noutras partes do mundo ocorrem atentados destes aos direitos dos animais.
Importa sim denunciar e sensibilizar para a existência do direito dos animais a serem tratados com respeito e "fazer" compreender que os animais não são coisas, mas são também como nós dotados de sentimentos e merecedores de todo o nosso respeito.

Maior, Mais forte e Mais Rápido(ou: Anabolizantes são mesmo Ruins?)

"Na América, nós nos definimos no superlativo: nós somos o maior, o mais forte, o mais rápido país no mundo.
E não é maravilhoso que tantos dos nossos heróis usam drogas para melhorar seu desempenho?
O diretor Christopher Bell explora a cultura americana do "ganhar a qualquer preço" examinando como os seus dois irmãos se tornaram membros do submundo dos esteróides pelo esforço de realizar o sonho americano."

 

kONY 2012- O polémico documentário de Jason Russel- Travemos Joseph Kony

O documentário (polémico) Kony realizado pelo realizador americano Jason Russel recebeu atenção da mídia no início de Março de 2012 com o documentário de trinta minutos "Kony 2012", feito pelo realizador Jason Russell para a campanha do grupo Invisible Children Inc.
O objectivo do filme é torná-lo famoso, já que a fama justificaria o envolvimento dos Estados Unidos da América na captura de Kony.
O vídeo convida qualquer um a envolver-se na campanha de uma forma eficaz, utilizando as novas tecnologias, e incentivando qualquer um a juntar-se à publicidade em massa que o vídeo sugere no dia 20 de Abril.
KONY 2012 é uma campanha levada a cabo pela "Invisible Children", um colectivo, e que se destina a trazer Joseph Kony à justiça.
-QUEM É JOSEPH KONY?
Joseph Kony é o pior criminoso de guerra do mundo.
 Em 1987 ele assumiu a liderança de um grupo rebelde existente no Uganda e rebatizou-o de " Exército de Resistência do Senhor"- Lord’s Resistance Army (LRA).
Joseph Kony líder do Exército de Resistência do Senhor
O LRA ganhou a sua reputação devido às suas táticas crueis e brutais.
Quando Joseph Kony se viu numa situação em que não tinha combatentes suficientes para a sua facção armada, começo a raptar crianças à força para serem soldados no seu exército ou "esposas" para os seus oficiais.
 O LRA é encorajado a violar, mutilar e matar civís- geralmente com armas afiadas.
O LRA já não tem em actividade no norte do Uganda onde se originou, mas continua a sua campanha de violência na República Democrática do Congo, na República Centro Africana e no Sul do Sudão.
Nos seus 26 anos de história o LRA tem raptado mais de 30000 crianças e levado ao deslocamento forçado de quase 2.1 milhões de pessoas.
Qual é o objectivo da (companha) KONY 2012?
QUAIS OS OBJECTIVOS DA "INVISIBLE CHILDREN-"Crianças invisíveis"?
À direita  na imagem Jason Russel, realizador de Kony 2012
Os conselheiros militares norte-americanos têm sido enviados numa missão de tempo limitado com o objectivo de deter Kony e desarmar o LRA.
Se J.Kony não for capturado este ano, perder-se-á assim uma excelente oportunidade....
A nossa tomada de ação tem em vista assegurar duas coisas:
1)Que Joseph Kony seja conhecido como o pior criminoso de guerra do mundo
2)Que os Estados Unidos da America e os esforços da comunidade internacional para travar Kony sejam fortalecidos com uma estratégia mais globalizante para o desarmamento, desmobilização, e reintegração.
-PORQUE É QUE ESTAMOS A TORNAR JOSEPH KONY NUMA PESSOA FAMOSA?
Pela pior das razões.
-A Campanha KONY, levada a cabo pela "Invisible children" destina-se a tornar Joseph Kony famoso, não a torná-lo célebre, mas para conseguir apoios para a sua detenção e também para criar um precedente na Justiça internacional.
Neste caso, a notariedade vai traduzir-se em apoio público.
Se as pessoas conhecerem os crimes que Joseph Kony tem cometido ao longo dos últimos 16 anos, elas unirse-ão para travá-lo.
Em segundo lugar, queremos que Kony se torne famoso para que quando for detido, ele seja um exemplo notório, visível e concreto da justiça internacional.
Acreditamos que a partir daí outros criminosos de guerrra ficarão a saber que as suas enormes atrocidades não passarão despercebidas ou ficarão sem punição alguma.
CONTATOS:
General questions:
info@invisiblechildren.com // 619.562.2799
Media inquiries:
cattarini@sunshinesachs.com
For more information about Invisible Children, visit our main website:
Um pouco mais sobre esta campanha e sobre a polémica que a envolve é nos dado a conhecer pela revista brasileira "veja" num artigo recentemente publicado online:
"Joseph Kony era uma figura pouco conhecida mundialmente até que, na semana passada, um vídeo de 29 minutos no YouTube mobilizou dezenas de milhões de pessoas de todo canto do planeta.
Por meio da campanha, a ONG Invisible Children denuncia o líder do Exército de Resistência do Senhor (LRA, na sigla em inglês) - o homem mais procurado de Uganda -, reforçando que ele deveria pagar pelas graves violações aos direitos humanos de que é acusado, incluindo assassinato em massa, escravidão e sequestro de crianças para transformar os meninos em soldados e as meninas em empregadas e escravas sexuais.
Um menino-soldado do LRA no Uganda
A ONG logo recebeu o apoio declarado de famosos como Oprah Winfrey, Rihanna, P. Diddy e Justin Bieber.
Talvez eles não soubessem que Kony fugiu de Uganda há seis anos e o LRA está enfraquecido, na ativa apenas em áreas remotas do Congo, Sudão do Sul e República Centro-Africana.
O nome "Kony" ficou entre os assuntos mais citados no Twitter, e a ONU chegou a elogiar o impacto da campanha Kony 2012.
Ironicamente, o cofundador da entidade, Jason Russell, foi preso na quinta-feira pela polícia de San Diego.
Uma testemunha afirmava ter visto Russell bêbado e se masturbando em público.
Do departamento de polícia, ele foi encaminhado para um hospital, onde segue internado por "exaustão", informa o CEO da entidade, Bem Keesey.
Embora não haja dúvida quanto ao perfil de Kony - uma figura grotesca e sanguinária - o vídeo divulgado freneticamente também foi recebido com críticas, e a transparência da Invisible Children foi questionada.
Áreas de actuação do LRA
Alguns alegam que a ONG gasta a maior parte de seu dinheiro com salários e viagens - embora opere um centro de acolhimento no norte de Uganda para receber crianças e adolescentes que escaparam das fileiras da LRA.
A entidade também já foi descrita como um grupo de pressão, cujo objetivo não seria apenas divulgar uma causa, mas levar o governo americano a se envolver de maneira direta (ou seja, militarmente) na captura de Kony.
Ignorando as atrocidades do governo de Uganda ou do Exército Popular de Libertação do Sudão, a Invisible Children seria uma entre várias instituições que procuram convencer os EUA a escolher um lado no conflito entre o LRA e o regime.
O vídeo ainda faz uso de táticas de mobilização espúrias, como mostrar Kony ao lado de Hitler - figura com a qual ele certamente não se equipara, num hipotético "índice da maldade".
As próprias vítimas de Kony ficaram furiosas com a campanha".
In: Revista Veja.Br. Quando todo o mundo se volta às questões humanitárias
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Ex-Kony Soldier Warlord May Have CURSEDJason Russell
Exército Pan-Africano caça Joseph Kony nas selvas
Jornalista ocidental que se encontrou com Kony descreve rebelde- Folha.com

Manual de Diagnóstico e Estátisticas (MDS)- A Farsa mais mortífera da Psiquiatria

Uma farsa pseudo-científica elaborada...
São 943 páginas e lista 374 "distúrbios" mentais.
É a base para a lista de distúrbios mentais na Classificação Internacional de Doenças, usada em todo o mundo.
E embora pese menos de 2 quilos, a sua influência invade todos os aspectos da sociedade moderna: os nossos governos, os nossos tribunais, os nossos militares, os nossos média e as nossas escolas.
Usando-o, os psiquiatras podem obrigá-lo a tomar drogas psiquiátricas, retirar-lhe os seus filhos e tirar as suas liberdades mais preciosas.
É o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais, e é o motor que impele uma indústria psiquiátrica de 330 mil milhões de dólares.
Mas haverá alguma solução por detrás do DSM? Ou não é nada mais do que uma farsa pseudo-científica elaborada?
Os criadores dos documentários de Lucros de Matar, O Marketing de Loucura e Erro Mortal, documentaram a verdade chocante da farsa mais mortífera por detrás da psiquiatria.
Este é um documentário importante a ser visto e sobre o qual importa reflectir ....

Dia Mundial da Luta contra o Racismo-21 de Março de 2012

Esta semana no dia 21 de Março de 2012, Dia Internacional da Luta Contra a Discriminação Racial assinalam-se os 52 anos do massacre  ocorrido na cidade de Sharpeville, localidade situada na actual província de Gauteng na Africa do Sul.
Esta é uma data que importa lembrar uma vez que o racismo é um estigma ainda presente em muitas sociedades ditas modernas.
Naquele dia 21 de Março de 1960, Segunda-feira, ocorreu um protesto organizado pelo Congresso Pan-Africano (P.A.C.-Pan African Congress) contra as leis de Passe que obrigavam a que todos os  sul-africanos de origem não europeia tivessem de carregar consigo um documento identificativo que funcionando tal como um passaporte, entre outros dados deveria ter carimbada uma autorização oficial de deslocação pelo território do país, impedindo assim a livre circulação e o direito de livre residência.
Perto de cinco mil manifestantes reuniram-se naquele dia em Sharpville para um protesto que se pretendia pacífico tendo sido o protesto contido pela polícia Sul-africana que abriu fogo indiscriminadamente contra os manifestantes tendo matado 69 pessoas e ferido cerca de 180. 
O massacre de Sharpville foi o evento que trouxe pela primeira vez à atenção da comunidade internacional a questão do apartheid na Africa do Sul .
 Esta é também uma data importante a ser lembrada para que não nos esqueçamos naquilo em que uma sociedade orientada pelos valores do racismo, da intolerância e do medo da diferença, sob a justificativa da procura de um falso sentido de segurança e de autopreservação resistente a toda e qualquer mudança, se pode tornar.
As leis do passe
As razões adjacentes aos protestos em Sharpeville tinham a ver principalmente com as leis do Passe, documento a que todos os africanos não brancos e em particular os africanos de raça negra eram obrigados a utilizar nas suas deslocações no território Sul- Africano e que de alguma maneira limitavam o seu acesso às cidades e zonas urbanas.
Estes passes, algo semelhantes a um passaporte (em forma de livro-Book of laws ou dom pas, como comummente eram chamados) incluíam uma fotografia, detalhes sobre o lugar de nascimento da pessoa, dados relativos à ocupação profissional e ao emprego, pagamento de impostos, fornecendo também provas oficiais de que uma pessoa em particular tinha autorização de entrar ou de visitar areas urbanas, além de também trazerem em detalhe o registo criminal da pessoa.
Inicialmente as leis de passe quando surgiram começaram por ser impostas apenas aos indivíduos do sexo masculino, sendo não muito tempo depois estendidas também ás mulheres.
Estas leis de passe contribuíram para o aumento do sentimento de humilhação e de discriminação vivida pelas populações africanas de raça negra, pois havia o medo constante de se ser agredido e algemado aquando da ausência da posse daquele documento.
Note-se que as populações africanas de raça negra não eram consideradas como cidadãos da República da Africa do Sul durante o regime de segregação Racial que ficou conhecido como Apartheid-Desenvolvimento separado.
Outras razões para os protestos em Sharpville
Para além das leis do Passe havia também outras razões adjacentes aos protestos tais como os baixos salários e as altas rendas nos Townships.
Os baixos salários eram uma questão importante pois os sindicatos negros não tinham qualquer reconhecimento legal e não podiam portanto negociar com os patrões.
A chamada barreira da cor-colour bar-que reservava certos trabalhos e certos cargos apenas para os "brancos",também limitava o acesso aos "negros"aos trabalhos bem pagos e mais especializados e que requeriam competências profissionais específicas.
O Congresso Pan-Africano (P.A.C.)
Na década de 50 muitos membros do ANC (Congresso Nacional Africano) ficaram impacientes com a falta de resultados decorrente das formas pacíficas de protesto na luta contra o regime de apartheid deste modo afastando-se da linha seguida pelo ANC e decidiram formar o congresso Pan Africano.
Algumas razões citadas por algumas fontes da época para esta cisão são de que o PAC (eventualmente) defendia politicas contrárias áquelas defendidas pelo ANC que enfatizava o multi-racialismo e também outra das principais razões apontadadas para esta cisão era de que alguns dos membros do ANC se sentiam frustrados com a natureza moderada do ANC expressa na sua "Carta da Liberdade"(Freedom Charter) de 1955.
O PAC devia a sua formação em grande parte à pessoa de Robert Sobukwe um líder carísmatico que era louvado pelo seu intelecto. A sua liderança do PAC baseava-se na visão de um movimento de "Africa para os Africanos".
O PAC promovia acções de massa contra a discriminação.
Não é exacto dizer-se que o Africanismo defendido por Sobukwe fosse um africanismo racial ou em oposição directa às políticas multi raciais preconizadas pelo ANC.
Robert Sobukwe acreditava que em vez da adopção de uma politica de multi-racialismo ou um partido composto de diferentes grupos e idiologias aqueles que quisessem juntar-se ao PAC deveriam fazê-lo numa base individual ou não racial em apoi unido por um movimento africano.
Este ponto é apoiado por um extracto do discurso inaugural de Sobukwe que foi proferido na altura da formação do PAC em 1959 e advogava o não racismo.
"Por conseguinte, o multi racialismo é de facto uma forma de apoiar e encorajar o preconceito e arrogância europeus. È um método de salvaguardar os interesses brancos, implicando tal como faz, representação proporcional a despeito das figuras e espectros populacionais.
Nesse sentido é uma completa negação da democracia.
-Para nós o termo "multi-racialismo implica que hajam aqui certas básicas insuperáveis diferenças entre os vários grupos nacionais, e que o melhor meio é mantê-los permanentemente distintos numa espécie de apartheid democrático.
Para nós isso é racialismo multiplo, o que provávelmente é o termo que verdadeiramente conota.
Nós objectivamos, politicamente, um governo dos Africanos por Africanos, pois os africanos, com todos que devem a sua única lealdade à Africa, e que está preparada para aceitar o governo de uma maioria africana sendo vista como africana.
Não garantimos direitos de minoria porque pensamos em termos de individuos e não de grupos."
O PAC tornou-se rival do ANC em termos de apoio, e isto levou a uma forte competição.
Assim pois, quando o ANC anunciou que planeava uma campanha contra as leis de passe para o dia 31 de Março de 1960 o PAC tomou a dianteira no dia 21 de Março.
Eventos que conduziram ao massacre:
Nesta data os apoiantes do PAC deveriam deixar os seus passes em casa e oferecer-se a sí mesmos para serem detidos na esquadra de polícia mais próxima.
Os protestos tiveram lugar em Sharpville e nos bairros de lata (Township) da actual província do Cabo Ocidental tais como o de Langa.
De acordo com o testemunho do lider do PAC R:Sobukwe acerca do lançamento da campanha:
"A campanha foi tornada conhecida no dia 18 de Março, circulares foram impressas e distribuídas aos membros do PAC e no dia 21 de Março, na segunda -feira , em obediencia á resolução que haviam tomado, os membros do PAC entregaram-se em várias esquadras da polícia por todo o país."
- Embora este protesto fosse antecipado, ninguém poderia ter previsto as consequências e as repercussões que isto teria para a Africa do SUl e para a política mundial.
De acordo com um artigo entitulado "a campanha do PAC será um teste" que foi públicado no número de 19 de março da revista Contacto a campanha é descrita:
" O Pan African Congress irá brevemente lançar uma campanha a nível nacional para a total abolição das leis de passe. A data exacta na qual a campanha começar´´a é desconhecida. A decisão jaz com o Presidente do PAC. Robert Sobukwe. Mas os membros dizem que a campanha começará muito brevemente em questão de semanas."
Apesar da natureza não violenta da campanha, os manifestantes encontraram com violenta oposição de polícias armados que estavam agitados depois de um recente evento em Durban, onde 9 polícias foram abatidos.
A força policial entrou assim em pânico à vista de milhares de manifestantes em Sharpville e disparou contra a multidão.
Este violento irromper de violência matou 69 pessoas e feriu 180. Em Langa 2 pessoas foram mortas.
Testemunhas oculares dão conta da violência desnecessária: e da forma desumana como a multidão foi recebida a tiro, apesar de não ter havido qualquer ordem para dispersar. A presença de carros blindados deu também evidência de um desnecessário aparato militar, em particular quando a multidão estava desarmada e determinada a encenar um protesto pacífico.
De acordo com Humphrey Tyler, o editor assistente do "Drum magazine":
" A polícia alegou que estava em perigo porque a multidão estava a apedrejá-los. ainda assim apenas três polícias reportaram ter sido apedrejados e mais de 200 africanos foram abatidos ou alvejados.
A polícia referiu também que a multidão estava armada com armas ferozes, que foram abandonadas no terreno quando fujiram.
Não ví quisquer armas, apesar de ter olhado muito cuidadosamente, e em seguida estudei as fotografias da cena de morte.
Enquanto ali estive, ví apenas sapatos, chapéus e algumas bicicletas deixadas entre os corpos.
A multidão não me deu qualquer razão para que me sentisse temeroso ou assustado, embora me movesse entre ela (no meio daquelas pessoas) sem qualquer marca distinta que me protegesse, bastante óbvio com a minha pele branca.
E eu acho que a multidão conhecia-a."
Consequências do massacre de Sharpville a nível interno e Internacional:
Os factos ocorridos em Sharpville naquela segunda-feira 21 de Março de 1960 foram relatados em todo o mundo e recebidos com horror pela comunidade internacional e a Africa do Sul foi duramente criticada pelas suas políticas de apartheid.
Estes acontecimentos também ajudaram e contribuíram para que se desenvolvesse um sentimento internacional anti-apartheid.
O conselho de Segurança da O.N.U. e governos de todo o mundo condenaram as acções policiais em Sharpville bem como as política de apartheid.
A simpatia Internacional ficou com os Africanos não-brancos da Africa do Sul.
Isto também teve como consequência que pela primeira vez a Africa do Sul do Apartheid sofresse sanções económicas pois um grande número de investidores internacionais retirou-se da Africa do Sul e os preços da acções no mercado de valores de Joannesburgh caíu.
A nível interno Albert Luthuli, autoridade bantu e o professor Z.K.Matthews pediram áà população um dia de luto nacional e encorajaram a população a fazer uma vigília que teve lugar no dia 28 de Maio.
Albert Luthuli e alguns outros queimaram os seus passes e as leis de passe foram suspensas temporáriamente embora voltassem a ser repostas à posteriori.
As vítimas do massacre foram a enterrar em funerais colectivos e alguns  levantamentos e escaramuças tiveram lugar nos townships de Johannesburg e de Worcestor no Cabo como expressão de revolta contra o massacre.
Os Consulados estrangeiros foram também na época inundados com pedidos de emigração e muitos sul africanos brancos receosos  de um recrudescer ainda mais violento dos sentimentos de revolta das populações africanas de côr negra, armaram-se.
O ANC enviou Oliver Tambo , o seu vice-presidente , como seu embaixador ao estrangeiro , tendo este visitado outros países africanos bem como os estados unidos para ganhar apoios.
Reações do governo de minoria branca:
O Dr.Verwoerd, então presidente louvou as acções da polícia e Mr. de Wet Nel disse que as relações raciais na Africa do Sul nunca estiveram melhores.
Contudo em 30 de Março de 1960 o governo declarou o estado de emergência e detenções em massa aconteceram por todo o país e quase todos os líderes negros foram detidos. A polícia na província do Cabo forçou os trabalhadores negros a voltar ao trabalho com bastões e chicotes e mais 34 pessoas foram abatidas em Durban.Houve mais greves e manifestações em Durban.
A 9 de Abril de 1960 já tinham morrido mais 83 civís e 3 polícias não brancos.
O presidente Verwoerd sofreu uma tentativa de assassinato às mãos de um homem branco enlouquecido e Robert Sobukwe foi encarcerado, assim como outros líderes depois do massacre de Sharpville.
Sobukwe só viria a ser liberto quase 9 anos depois em 1969.
Quando o estado de emergência foi declarado, tanto o ANC como o PAC foram ilegalizados sob o acto de organizações ilegais a 8 de Abril de 1960, pois ambas as organizações eram vistas como um séria ameaça à ordem pública.
Debaixo do Acto de Supressão do Comunismo a pena por apoiar os objectivos de organizações ilegais era de 10 anos de prisão.
O massacre de Sharpville foi portanto pelas suas repercussões um ponto de viragem na luta de libertação dos povos africanos não brancos contra o Apartheid e a segregação racial, que lhes negava os direitos e a cidadania e os excluía da participação cívica e política.
O massacre de Sharpville também abriu espaço no contexto da Africa do Sul da época para formas mais activas de militância tais como a formação da Umkhonto We Sizwe ( "A lança do Povo"- O braço armado do ANC, uma organização de guerrilha) a partir de 1961.
No dia 21 de Novembro de 1969, a ONU implementou o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial, que passou a ser comemorado daí em diante, todos  os anos, no dia 21 de Março, a partir do ano seguinte.
Artigos Relacionados
Albert Luthuli- primeiro Prémio Nobel africano
Apartheid- Wikipedia
Massacre de Sharpville- Wikipedia

Confrontos durante a Greve Geral prenúnciam cada vez menos liberdade

A jornada de protesto ocasianada pela Greve Geral de hoje dia 22 de Março de 2012 ficou marcada por violentos confrontos em Lisboa e no Porto.
Os confrontos em Lisboa envolveram a Polícia de Segurança Pública e alguns manifestantes da "Plataforma 15 de Outubro e ocasionaram alguns feridos e detenções.
Os confrontos começaram segundo algumas testemunhas junto ao Largo do Chiado quando manifestantes arremessaram objetos contra elementos da PSP junto à esplanada do café Brasileira, no Chiado.
Em  consequência disso a PSP reforçou a presença na manifestação com elementos das Equipas de Intervenção Rápida (EIR) e do Corpo de Intervenção.
Junto àquela esplanada, foram derrubadas cadeiras, mesas e chapéus-de-sol, o que obrigou a que os clientes alí presentes o tivessem de fugir rapidamente para não serem atingidos pelos objetos e pedras da calçada lançados pelos manifestantes.
"Anteriormente, o grupo de cerca de 150 manifestantes já tinha provocado alguns distúrbios durante o desfile pela Av. Almirante Reis até ao Rossio, atirando ovos às instalações das instituições bancárias por onde passava e mesmo às pessoas que levantavam dinheiro nas caixas de multibanco. A polícia chegou a ser obrigada a intervir junto à sede do Banco de Portugal para acalmar os ânimos.
No Porto, vários indivíduos foram agredidos pela polícia na Praça Carlos Alberto, depois de um manifestante ter sido detido pela PSP.
 O incidente decorreu momentos depois de o primeiro-ministro ter sido recebido por centenas de manifestantes em protesto na Reitoria da Universidade, localizada próximo daquela praça.
Segundo o que a Lusa testemunhou, os agentes da polícia desferiram várias bastonadas nas pessoas que se encontravam nas imediações da viatura policial onde seguia o
detido.
De acordo com uma fonte do comando da PSP do Porto, houve uma pequena escaramuça junto à carrinha, mas sem registo de agressões.
Contudo, várias testemunhas responsabilizaram os "agentes à paisana" da polícia pela situação.
 Em declarações à Lusa, Carla Silva, empregada de limpeza na Câmara de Matosinhos, disse que os "jovens estavam a protestar e a polícia decidiu virar-se à 'porrada'”.
“Quando eu vinha a fugir com o meu filho, um polícia à civil deu-lhe um pontapé.
Conclusão: gerou-se uma confusão outra vez e ainda prenderam um jovem", acrescentou."
As manifestações ocorridas em Lisboa caracterizaram-se também pelas agressões da PSP a elementos da comunicação social.
Durante a escaramuça entre os manifestantes e a polícia de choque, ocorrida nas imediações do largo do Chiado, o fotojornalista da agência Lusa,José Sena Goulão, que cobria o acontecimento, foi agredido e derrubado pelos agentes da polícia, tendo-se, já caído no chão, identificado como jornalista; o que não impediu que continuasse mesmo assim a ser agredido.
A foto-jornalista Patrícia Melo da AFP no momento em que era brutalmente agredida por um elemento da PSP
José Goulão foi agredido quando subia a rua Garrett com uma colega (Patrícia Melo Moreira) onde se encontravam as carrinhas da polícia.
Segundo declarações de Goulão ao jornal Público :“Vi um rapaz ferido no chão e o cordão policial a subir, gritei ‘sou jornalista’ e fiz um gesto a pedir para passar para trás deles.”
Mas, segundo afirma, foi logo a seguir agredido à bastonada na cabeça.
“Caí no chão e continuaram a agredir-me, embora eu gritasse sempre: ‘sou jornalista’.” José Goulão diz que ficou cerca de meia hora no chão à espera da ambulância que o levou para o hospital de S. José, onde levou seis pontos.
Também uma jornalista, a fotojornalista Patrícia Melo da AFP (Agência France Press), que acompanhava José Goulão, foi violentamente agredida com uma chicotada por um elemento da PSP.
Imagem que foi documentada e que se tornou a imagem de marca da brutalidade da carga policial.
Felizmente a jornalista Patrícia melo foi auxiliada por um popular e não necessitou de posterior assistência hospitalar.
As agressões aos profissionais da imprensa que no local se encontravam a cumprir a missão de informa, ocorridas no largo do Chiado no dia da Greve Geral convocada pela CGTP-in levaram a que cerca de 80 jornalistas, a maior parte da Agência Lusa se concentrassem no dia seguinte, 23 de Março, Sexta-feira, frente à sede da Direcção Nacional da PSP, no Largo da Penha de França, em Lisboa, em solidariedade com os dois repórteres fotográficos agredidos.
Os jornalistas alí presentes entregaram uma carta de protesto contra a actuação da polícia e exigem um pedido de desculpas formal pelo sucedido.
Eis o Vídeo-resumo da cobertura feita pelos médias e alguns dos cidadão anónimos presentes nos locais, das manifestações e da jornada de luta,  em Lisboa e no Porto:

RESPOSTA DO MINISTÉRIO DA ADMNISTRAÇÃO INTERNA
Na tarde de Sexta-feira dia 23 de Março, o Ministério da Admnistração Interna divulgou um comunicado em que "esclarece que a Inspecção-Geral da Administração Interna já abriu um processo de averiguações.
“O Ministério da Administração Interna lamenta os incidentes ontem verificados no Chiado e que envolveram jornalistas”, refere o comunicado.
A abertura do processo de averiguação aos incidentes verificar-se-à “sem prejuízo das diligências entretanto desencadeadas pela PSP sobre os mesmos factos”, refere a nota do MAI.
Anuncia ainda que vai convidar o Sindicato dos Jornalistas e os directores de informação dos órgãos de comunicação social para reuniões, na próxima semana, tendo em vista “a adopção de procedimentos adequados no sentido de evitar a ocorrência futura de idênticos incidentes”.
Também em comunicado " a Direcção Nacional da Polícia de Segurança Pública afirma que “tem feito com a antecedência necessária diversos apelos aos órgãos de comunicação social (...) para a necessidade de [os jornalistas] se identificarem, colocando-se sempre do lado da barreira policial que os separa dos manifestantes em geral”.
“Continuamos a verificar que tal não aconteceu nas manifestações levadas a efeito no dia de hoje [quinta-feira] e lamentavelmente tivemos necessidade de usar a força pública, num contexto de arremesso de cadeiras, pedras e outros objectos contra as forças policiais, que acabaram por originar ferimentos nos nossos agentes”, lê-se no comunicado
.
Jornalistas em protesto pelas agressões aos seus dois colegas
-Este tipo de atuação cada vez mais frequente das autoridades policiais para reprimir manifestações lembra cada vez mais "os tempos da outra senhora, pois vemos que cada vez mais são menores os direitos civís dos portugueses e com a desculpa da crise económica e do pagamento da dívida externa ao FMI vemos a crescente perda de regalias e benefícios sociais adquiridos na sequência da revolução de Abril de 1974.
Já se têm visto os grande cortes na saúde, as dificuldades crescentes do acesso à saude pelas camadas mais desfavorecidas da população portugesa e no plano laboral o novo e ainda recente acordo geral de concertação social veio estreitar ainda mais os direitos laborais dos trabalhadores que passam a estar cada vez mais à mercê da inescrupulusidade dos patrões.
REACÇÕES DA CGTP E GOVERNO
O secretário Geral da CGTP disse que irá pedir uma reunião de urgência ao primeiro-ministro baseado na “grande" adesão à greve geral, sem contudo ter avançado números , para pedir a "retirada de propostas de revisão laboral da administração pública e setor privado e políticas económicas que combatam a precariedade e o desemprego".
De acordo com os dados recolhidos até agora, fizemos uma grande greve geral, com um envolvimento dos trabalhadores semelhante ao que se registou às feitas recentemente", disse ainda Arménio Carlos, numa conferência de imprensa ao final do dia em Lisboa.
No encerramento da manifestação da CGTP frente à Assembleia da República, o secretário-geral da Intersindical já se tinha congratulado com as “grandes adesões” à greve geral desta quinta-feira e tinha anunciado novas formas de luta para os próximos tempos, incluindo uma greve parcial de duas horas dos trabalhadores do poder local para 12 de abril e protestos frente ao Parlamento na próxima semana contra o novo código de trabalho (discutido e votado na generalidade na quarta-feira).
Durante o discurso, Arménio Carlos criticou o facto de Portugal estar no terceiro lugar dos países com maior precariedade no emprego, situação de "23 por cento" do total de trabalhadores, atrás apenas da Polónia e da Espanha.
 "Em 2003, a precariedade era de 9 por cento, e Portugal estava abaixo da média europeia", acrescentou.
Também o líder do PCP, Jerónimo de Sousa, considerou em comunicado que a paralisação teve "um grande impacto" e constituiu "uma poderosa afirmação de descontentamento e protesto", destacando a forte adesão" na área industrial", no "sector dos correios", bem como "uma elevada adesão na administração pública, na administração local, na recolha de lixo, transportes urbanos municipais e sectores operários e auxiliares, na administração central, com centenas de escolas dos vários níveis de ensino e jardins-de-infância encerrados".
Já o
primeiro-ministro afirmou apenas que todas as greves e manifestações têm que ser respeitadas, sem fazer "nenhuma consideração particular" sobre a greve geral de hoje, preferindo reconhecer o "esforço grande que o país de um modo geral tem vindo a fazer".

22 de Março de 2012 . Dia de Greve Geral

Hoje, dia 22 de Março o país volta a parar.
A CGTP-in convocou uma greve para esta quinta feira dia 22 de Março de 2012 contra o agravamento da legislação laboral, "contra a exploração e o empobrecimento, pela
mudança de políticas, pelo emprego, pelos salários, pelos direitos, pelos serviços públicos"-nas palavras de Arménio Carlos, o Secretário Geral da CGTP-in.
Arménio Carlos afiançou que muito apesar desta greve geral ter sido convocada apenas pela CGTP "é de todos e para todos" e adiantou que foram contactados "variadíssimos sindicatos com estatuto de independentes e alguns até da UGT, que manifestaram a sua disponibilidade para participar nesta jornada de luta".
A outra central sindical a UGT, que assinou o Acordo de Concertação social em Janeiro último com o governo, ficou de fora desta greve e segundo declarações do seu Secretério geral, João Proença este não é o momento oportuno para participarem na greve.
Ao Económico, o secretário-geral da UGT, João Proença, disse que a sua central sindical "evidentemente não vai aderir" à greve geral marcada para o dia 22 Março.
"Temos poucas dúvidas de que esta greve geral de Março sirva objectivos concretos, ao contrário do que aconteceu na anterior", realizada entre as duas centrais sindicais a 24 de Novembro, sublinhou João Proença.
-O Acordo de Concertação Social assinado pela UGT e pelos representantes do Patronato e Governo veio a tornar desde Janeiro mais fácil o despedimento (seja por extinção do posto de trabalho , seja por inadaptação); reduz os custos do despedimento pois as empresas passam a poder pagar menos pelas indemenizações; os trabalhadores desempregados passam a receber menos subsídio de desemprego, e vem a reduzir também os dias de ferias e de feriados... O dito acordo absolutamente desfavorável para os trabalhadores portugueses beneficia enormemente as entidades patronais e as empresas que vêem também aumentados os seus apoios e benefícios.
Os líderes do Bloco de Esquerda e do PCTP-MRPP, Francisco Louçã e Garcia Pereira respetivamente,assim bem como Arménio Carlos da CGTP juntaram-se ontem à noite aos trabalhadores que estão em piquete de greve junto ao centro de recolha de lixo da Câmara Municipal de Lisboa, nos Olivais, onde apelaram à participação na paralisação desta quinta-feira.
Francisco Louçã líder do Bloco de Esquerda acusou o Governo de «insultar» os trabalhadores ao garantir que, «apesar da crise financeira, das dificuldades e da perda dos 13.º e 14.º meses, tudo vai ficar pior do que está».

O infame Acordo de Concertação Social assinado pela UGT
«Parar para melhorar as condições económicas, para defender o contrato e para defender uma economia para o emprego, é o bom-senso de que o país precisa», reiterou.
Francisco Loução adiantou também aos media presentes nos Olivais, nomeadamente à TVI : «Os sindicatos estão unidos para discutir com os trabalhadores, para os mobilizar e responder à greve», disse.
De acordo com Francisco Louçã, «a greve diz respeito a todos e quem faz greve está a dizer que o país não pode deslizar para o abismo».
Por volta das 22.30 de ontem os trabalhadores do piquete de greve da recolha de lixo impediram a saída de viaturas de recolha de lixo, gritando palavras de ordem, o que obrigou à intervenção policial, embora sem registo de incidentes.
Os responsáveis do BE, PCTP-MRPP presentes no local consideraram os acontecimentos normais, tendo adiantado Francisco Louçã que : «Os sindicatos estão unidos para discutir com os trabalhadores, para os mobilizar e responder à greve», disse.
A ADESÃO À GREVE. QUEM PARA:
Segundo o "Jornal de negócios a adesão à greve situár-se- à volta dos 100%, havendo alguns valores discrepantes...
Na página de hoje do "Jornal de negócios" pode ler-se : "A greve geral convocada pela CGTP está a ter uma adesão de 100% nos portos e em alguns serviços de transporte público, bem como em vários sistemas municipais de recolha de lixo.
Os números avançados pela central sindical ao início da manhã dão conta de 100% de adesão nos Portos de Lisboa, Setúbal, Figueira da Foz, Aveiro, Algarve e Viana do Castelo, nos Transportes Urbanos de Braga e na STCP (Porto), entre outras empresas.
A CGTP está para já apenas a avançar com valores relativos e não absolutos da adesão de trabalhadores à greve.
Recorde-se que o Governo já informou que não dará informações sobre a adesão para não entrar na guerra de números.
Na STCP, por exemplo, a CGTP aponta para uma adesão total, mas em declarações à agência Lusa Jorge Costa, do Sindicato Nacional dos Motoristas, disse que a greve geral está a registar uma adesão de cerca de "70%" entre os motoristas da STCP.
"O balanço que fazemos é já neste momento muitíssimo positivo.
 Temos muita adesão em muitas empresas de transportes públicos, temos uma adesão significativa na área dos resíduos sólidos, temos uma participação muito grande na área da saúde e constatamos que, neste momento, essa adesão está a subir consideravelmente noutros sectores", comentou o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, à agência Lusa.
No Metro de Lisboa, que hoje parou totalmente a circulação, a CGTP regista uma adesão à greve de 99%.
No sector da saúde, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses dá conta de uma adesão de 85% no Hospital do Barreiro, de 80% no Hospital de Elvas, de 65% nos hospitais de Viseu e Pedro Hispano (Matosinhos), com adesões menores em unidades como o São João (Porto) e hospitais de Faro, Santarém, Portalegre, Dona Estefânia (Lisboa), entre outros.
No sector aeroportuário, o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA) declarou haver uma adesão de 85% dos trabalhadores da SPDH – Serviços Portugueses de Handling.
Na indústria, segundo os dados da CGTP a greve deixou a “meio gás” a Unicer, em Santarém, e a Parmalat, em Palmela, afectando ainda outras indústrias, como a Centralcer, a Saint-Gobain, a SPPM, Bosch, Delphi e Visteon, por exemplo. "
(Ver o artigo do Jornal de negócios:"Greve com maior adesão nos transportes, portos, e recolha de lixo) 
BARCO DA TRANSTEJO A CIRCULAR NO TEJO
Facto que surpreendeu tanto à Transtejo como aos utentes é o de ter estado a circular pelo menos durante o periodo da manhã (e até ao almoço) um barco da Transtejo assegurando as ligações do Barreiro, Montijo, Cacilhas e Seixal para Lisboa.
Segundo José Augusto da FECTRANS (Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações) «Não existe deceção mas há que reconhecer que é uma situação menos boa, mas que não nos vai desmotivar.
Temos que compreender que as pessoas vivem um quadro difícil, mas ainda assim a esmagadora maioria dos trabalhadores está em greve».
É importante que se continue a pressionar o governo para que mude as suas politicas laborais e que lutemos para que as conquistas do 25 de Abril e da democracia não se perdam a favor dos intereeeses sórdidos de alguns..... O Blog Desigualdade de Direitos solidarieriza-se com esta greve geral....

Psiquiatria: Uma indústria de morte...

Eis um excelente documentário que nos dá a conhecer sobre os factos que estão na origem da ciência psiquiátrica ao mesmo tempo que expõe de uma forma, nua, crua e assertiva muitos dos atropelos grosseiros ao direitos humanos fundamentais que Psiquiatras têm cometido ao longo do tempos desde os primórdios da Psiquiatria.
"Usando imagens e entrevistas históricas e contemporâneas excepcionais de mais de 160 médicos, advogados, educadores, sobreviventes e peritos da indústria da saúde mental e seus abusos, este impressionante documentário foca a brilhante luz da verdade sobre a selvagem pseudociência e a fraude de bilhões de dólares que é a psiquiatria.
Nós achamos que você tem o direito de conhecer os factos nus e crus sobre a psiquiatria, seus praticantes e a ameaça que representam para as nossas crianças. Saiba a verdade — veja este filme."

Quebrando o tabú -Reportagem sobre a visão global da sociedade sobre as drogas

Sinopse: Há 40 anos, os EUA levaram o planeta a declarar guerra às drogas, numa cruzada por um mundo livre delas. Mas, de lá para cá, os danos causados pelas drogas só cresceram. Abusos, informações equivocadas, epidemias, violência e o fortalecimento de redes criminosas são os resultados da guerra perdida numa escala global. Num mosaico costurado por Fernando Henrique Cardoso, Quebrando o Tabu escuta vozes das realidades mais diversas em busca de soluções, princípios e conclusões.
Quebrando o Tabu tem como principal objetivo a abertura de um debate sério e bem informado sobre o complexo problema das drogas no Brasil e no mundo. O filme pretende aproximar diversos públicos, entre eles os jovens, os pais, os professores, os médicos e a sociedade como um todo, para que se inicie uma conversa franca que leve a diminuição do preconceito, ajude na prevenção ao uso de drogas e que dissemine informações com base científica sobre o tema. O âncora do filme é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que aceita o convite do diretor Fernando Grostein Andrade para uma jornada em busca de experiências exitosas em vários lugares do mundo, sempre em diálogo com jovens locais e profissionais que se dedicam a tratar a questão das drogas de forma mais humana e eficaz do que as propostas na "guerra às drogas", declarada pelos EUA há 40 anos. Quebrando o Tabu, uma ideia original do cineasta Fernando Grostein Andrade, teve duração de 2 anos.
 

Dia Internacional da Mulher - 8 de Março de 2012

Comemora-se hoje Quinta-feira dia 8 de Março de 2012, o centésimo primeiro aniversário da primeira comemoração do dia Internacional da mulher.
O dia Internacional da mulher adoptado pelas Nações Unidas em 1975 em memória de todas as conquistas sociais, económicas e políticas alcançadas pelas mulheres bem como para lembrar a discriminação e violações dos direitos a que muitas mulheres ainda se encontram sujeitas pelo mundo fora, tem origem nas manifestações femininas dos finais do século XIX e ínicios do século XX por melhores condições sociais e mais direitos políticos.
Com o advento da revolução Indústrial a mão-de-obra feminina incorporou-se nas indústrias.As mulheres eram obrigadas a cumprir jornadas de trabalho de até 17 horas diárias, sujeitas a espancamentos e vários tipos de humilhações, recebendo salários 60% inferiores aos dos homens, trabalhando frequentemente em condições de muitíssimo pouca segurança, e pouco saudáveis.
Na Europa e nos Estados unidos, um pouco por toda a parte surgiram manifestações operárias que tinham como principal reinvindicação a redução dos horários de trabalho para 12 horas.
Na sequência de um  desses protestos ocorridos na Inglaterra em 1819, em que a polícia disparou contra alguns trabalhadores, foi aprovada uma lei que reduzia para 12 horas a jornada das mulheres e dos menores entre o 9 e os 16 anos.
Uma outra vitória alcançada pelos trabalhadores , na Inglaterra em 1824 foi o direito de livre associação que permitiu que os trabalhadores se podessem organizar e criar sindicatos.
A sugestão da criação de um dia internacional da mulher ocorreu durante a primeira conferência Internacional de mulheres em Copenhaga, dirigida pela Internacional Socialista, por proposta da socialista alemã Clara Zetkin,muito embora, no ano anterior, em 1909 tenha havido memória de uma celebração do dia internacional da mulher no dia 29 de fevereiro em Nova Iorque por iniciativa do Partido Socialista da América.
A ideia subjacente à criação de um Dia Internacional da Mulher surgiu no ínicio do século XX durante a segunda Revolução Indústrial , altura em que ocorreu uma incorporação maciça da mão-de-obra feminina na indústria.
As condições de trabalho nas fábricas muitas vezes pouco saudáveis e perigosas eram alvo requente dos protestos dos trabalhadores.
No dia 8 de Março de 1857 num protesto levado a cabo exclusivamente por mulheres , 129 operárias têxteis morreram carbonizadas dentro da fábrica onde trabalhavam, em Nova Iorque, depois dos patrões e a polícia terem trancado as portas da fábrica onde aquelas se refugiaram lhe terem ateado fogo.As operárias organizavam uma greve por melhores condições de trabalho e contra a jornada de 12 horas.
Aquele protesto bem como o seu desfecho trágico chamou a atenção da sociedade da época sensibilizando-a para as causas femininas;sensibilidade que foi crescendo nas décadas seguintes.
Foi em memória destas trabalhadoras que se decidiu pois na Conferência Internacional de mulheres em Copenhaga pela comemoração do dia internacional da mulher a 8 de Março.
Nos anos que se seguiram àquele protesto houve alguns outros importantes com particular destaque o de 1908 em que cerca de 15000 mulheres marcharam sobre Nova Iorque exigindo o aumento dos salários, melhores condições de trabalho,a redução da jornada de trabalho e direito de voto.
No ano que se seguiu à Conferência Internacional de Mulheres, 1911, o dia Internacional da Mulher foi celebrado a 19 de março na Aústria, Dinamarca, Alemanha e Suíça.
Poucos dias depois, a 25 de Março de 1911, um incêndio na fábrica da Triangle Shirtwaist mataria 146 trabalhadores - na maior parte costureiras. O grande número 
de mortes foi atribuído às más condições de segurança do edifício. Este foi
considerado como tendo sido o pior incêndio da história de Nova Iorque, até 11 de setembro de 2001.
Na Rússia as comemorações do dia Internacional da Mulher estiveram relacionadas com as origens da revolução Russa pois no dia 8 de Março de 1917 pelo calendário gregoriano as operárias russas entraram em greve em protesto contra a fome, contra o Czar Nicolau II e contra a participação russa na I Guerraa Mundial.
Todas as operárias deixaram as fábricas, entraram em greve e saíram á rua tendo de acordo com León Trotsky a greve sido de massas.
Trotsky descreveu assim aquele dia 8 de Março :“Em 23 de fevereiro (8 de Março no calendário gregoriano) estavam planejadas ações revolucionárias.
Pela manhã, a despeito das diretivas, as operárias têxteis deixaram o trabalho de várias fábricas e enviaram delegadas para solicitarem sustentação da greve.
Todas saíram às ruas e a greve foi de massas.
Mas não imaginávamos que este ‘dia das mulheres’ viria a inaugurar a revolução” .
Algumas outras vitórias das mulheres foram o direito de voto (em Portugal extensível a todas as mulheres apenas depois da revolução do 25 de Abril, embora antes e desde 1931 apenas as mulheres com cursos superiores pudessem votar), o aumento das oportunidades de trabalho para as mulheres,com salários mais próximos e nalguns casos iguais aos dos homens, o direito ao divórcio e controle sobre o próprio corpo em questões de saúde, inclusive quanto ao uso de preservativos e ao aborto.
No entanto existem ainda muitas desigualdades sociais que continuam a penalizar as mulheres um pouco por todo o mundo, muitas dessas barreiras continuam a ser motivadas por fatores de ordem cultural e religiosa.
Bem-Haja para todas vós mulheres!

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JaneiroFevereiroMarço
-KONY 2012 - O documentário polémico-Travemos Joseph Kony
-Manual de Diagnóstico e Estatístico: A farsa mais mortífera da Psiquiatria
- Confrontos durante a Greve Geral prenunciam menos liberdade

-22 de Março o dia da greve Geral
-21 de Março dia Mundia da Luta contra o Racismo
-Psiquiatria uma indústria de morte
-Quebrando o Tabú-Uma visão geral da sociedade sobre as drogas

-Dia Internacional da Mulher 8 de Março de 2012
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