Home Perguntas Frequentes Destaques Actualidades Denúncias Mundo Ecologia Vídeos Contatos

Estereótipo,Preconceito e Discriminação

O texto que se segue Públicado no Blog "O Olhar da Psicologia" (que endosso e subscrevo) da autoria de Célia Cardoso , que me pareceu bastante interessante, dá uma visão clara e concisa da influência dos factores culturais que estão por detrás de muitos dos estereótipos. Noto que existe uma associação bastante clara entre o trinómio estereótipo, preconceito e discriminação, em que a discriminação não é mais do que de facto a soma activa  das outras duas partes . Em muittas atitudes descriminatórias ( já elas próprias uma forma de violência passiva, mas muitas das vezes, também mais eficaz, pois o agressor procura dar curso à sua agressão, de forma súbtil sem se expôr, contornando os óbstáculos do socialmente reprovável); existem já ideias definidas e formadas acerca dos objectos alvos, que despontaram de esterótipos sociais sobre o grupo ou tipo de indivíduos em questão. No texto que se segue quero ressalvar o facto de haver uma atitude de frustração e de desalento muitas vezes existente em relação ao que transcende aquilo que a sociedade estereotipiza como sendo uma realidade ou um facto consumado, como por exemplo , no texto quando na narração do filme-exemplo, um dos personagens, um homem negro, manifesta a outra, um homem branco por exemplo que gostava de música country, facto que é recebido com algum desagrado, pois a ideia formada que ele tinha é de que a cultura afro-americana tinha determinados valores que o estereótipo social determinou. Parece-me que mais que o medo daquilo que é diferente, existe também o medo de que aquilo que "aparentemente é diferente" seja no fundo igual. Existe pois um medo da perda dos benifícios que as expectativas frustradas acerca do que aprendemos a acreditar como certo nos traga .
-Atentemo-nos na leitura do texto:

domingo, 13 de Abril de 2008

Estereótipo. Preconceito. Discriminação

"Como pudemos compreender, o filme “Colisão” (analisado na aula) retrata três importantes conceitos – Estereótipo, Preconceito e Discriminação – bem presentes nas diversas sociedades e culturas de todo o mundo. No desenrolar da acção vão-nos sendo apresentados vários casos e o modo como cada personagem é afectada por eles. Paralelos uns aos outros, os acontecimentos começam a ganhar forma e a sua influência ultrapassa o contexto de vida de cada família; ela invade outras vidas, outras pessoas. É a partir da história dos vários protagonistas que irei então desenvolver uma tese sobre os tópicos acima referidos. Como se formam?
Quais as razões que as explicam? Qual a sua importância? São algumas das perguntas às quais tentarei responder de uma forma consistente e esclarecedora.
As situações seguintes são as que, segundo a minha perspectivam, constituem melhores exemplos de conflitos entre grupos ao longo do filme:
Exemplo 1: Ocorre um acidente entre uma mulher branca e uma asiática. No meio da confusão e do nervosismo a segunda mulher culpa a primeira. Esta não admite que a culpem e a discussão instala-se. As duas agridem-se verbalmente, tecendo comentários racistas e xenófobos.
Exemplo 2: Dois amigos negros conversam na rua sobre a discriminação e nesse momento um casal branco aproxima-se. A mulher, ao ver os dois sujeitos, teme pelo que possa acontecer quando se cruzarem, agarrando o braço do marido. Um dos
negros repara e as suas convicções tornam-se mais evidentes, dizendo ao seu amigo que a mulher é racista dado que tem medo de passar perto deles. Furiosos decidem assaltar o casal quando estes estavam a entrar no seu carro, ameaçando-os com armas de fogo. Em pânico, o casal não oferece resistência.
Exemplo 3: Um polícia americano manda encostar um veículo que circulava, porque o condutor e a esposa eram negros. Sem qualquer razão ordena-os para saírem do carro, tratando-os como se fossem criminosos. Humilhados vêm-se ainda obrigados a pedir desculpa e só depois regressam a casa.
Exemplo 4: Um dos negros que tinha assaltado o casal branco arrepende-se do que
fez, pois começa a compreendê-los. Fugindo da polícia pede boleia durante a noite. Um rapaz branco (que era polícia) pára e pede-lhe que entre. Depois de começarem a conversar, o branco sente-se ofendido pois o negro diz que gosta de música country e de hóquei no gelo, algo que não faz parte da cultura negra.
Considera, portanto, que o negro está a ser irónico. A tensão aumenta e o negro continua a rir-se, remexendo no bolso. O rapaz branco pensa que é um revolver e, sem lhe dar tempo, dispara sobre o outro, quando descobre que ele tinha na mão a imagem de um santo.
Antes de começar a relacionar os exemplos com os temas a abordar gostaria de, primeiramente, dar uma pequena noção sobre cada um.
Estereótipo é um conjunto de crenças, de ideias “feitas”, que transmitem uma imagem simplista de um objecto ou pessoas. Generalizam todos os elementos de um grupo a partir do comportamento de alguns deles. Há, portanto, uma categorização, uma classificação positiva ou negativa em relação ao outro, que surge das interacções sociais.
O preconceito é também uma atitude e tem como base o estereótipo. Através da informação do estereótipo faz uma avaliação, um pré-juízo em relação aos outros indivíduos e aos grupos que os constituem.
Por sua vez, a discriminação são os comportamentos que derivam dos estereótipos e dos preconceitos. Geralmente são negativos e podem acentuar-se em situações de crise (política, económica, social...), variando entre o afastamento à violência e agressão.
Através dos exemplos mencionados podemos estabelecer uma relação com estes
temas. De facto, nas várias situações descritas o motivo do conflito era a cor da pele, o país, a cultura a que pertenciam. Isto é, aos grupos sociais a que pertenciam. As ideias erradas acerca dos brancos, dos negros, dos árabes, dos chineses (entre outros) estavam tão difundidas, tão enraizadas que se transformavam em verdadeiros estereótipos, em preconceitos, conduzindo, por fim, às discriminações. Em vez de tentarem resolver os seus assuntos civilizadamente, os indivíduos procuravam culpar-se mutuamente porque acreditavam que o outro conservava características negativas, características típicas de criminosos, de ignorantes, de avarentos, de preguiçosos. Assim, o seu comportamento era definido por um conjunto de valores que já estavam predefinidos e estipulados.
No filme a mulher asiática culpou a mulher branca de causar o acidente, porque
pensava que a branca tinha feito uma condução perigosa, visto que, de acordo com
a sua visão os brancos pensam que o mundo é todo deles e não respeitam nada nem
ninguém. O polícia matou o negro porque muitos deles são criminosos e violentos
e, como tal, o branco pensou tratar-se de mais um. Categorizou-o, generalizou-o
por causa de outros negros que contribuíram para a construção desse preconceito.
Com ou sem intenção acabámos por discriminar os outros graças a casos particulares. “Paga o justo pelo pecador”.
Porém, é importante referir que tanto os estereótipos como os preconceitos se podem alterar, fazendo com que o acto discriminatório deixe de existir. Perante acontecimentos extraordinários onde vários elementos ou vários grupos sejam obrigados a conhecerem-se melhor, constatar-se-á que, muito provavelmente, esses indivíduos não possuem as características negativas que se julgavam ter.
Mas porque razão ou razões existem os estereótipos, os preconceitos e as discriminações?
À semelhança do que já foi dito, os estereótipos permitem-nos simplificar a realidade social, definindo-se o que está certo e o que está errado. Deste modo, possibilitam-nos uma maior adaptação ao meio que nos envolve – função sociocognitiva. Além disso, através deles reconhecemo-nos num determinado grupo (endogrupo), distinguindo-o de todos os outros (exogrupo). Somos o que somos porque pertencemos a um conjunto específico de elementos, desenvolvendo-se os sentimentos de “nós” e de “eles”, bem como os sentimentos de protecção em relação aos indivíduos com quem nos identificamos e de hostilidade em relação aos indivíduos diferentes de nós.
Relativamente aos preconceitos existe também uma função socioafectiva que explica a sua existência. Tal como acontece com os estereótipos, estes visam a protecção e a coesão do grupo, em detrimento dos restantes.
Por fim, a discriminação é fruto dos dois factores anteriores. Perante a cultura, a época, e as formas de cada um pensar em particular existem diferentes formas de discriminação e diferentes grupos vítimas de discriminação. Varia consoante os valores considerados mais ou menos importantes para seres humanos diferentes.

Fonte: MONTEIRO, Manuela Matos, FERREIRA, P. T. (2007), Ser Humano, Psicologia

B, Porto Editora. "
Publicada por Ulisses em 19:44
Autores 12.º F Célia Cardoso

Transcrevendo novamente do mesmo texto:
"Em vez de tentarem resolver os seus assuntos civilizadamente, os indivíduos procuravam culpar-se mutuamente porque acreditavam que o outro conservava características negativas, características típicas de criminosos, de ignorantes, de avarentos, de preguiçosos. Assim, o seu comportamento era definido por um conjunto de valores que já estavam predefinidos e estipulados. "

"O polícia matou o negro porque muitos deles são criminosos e violentos e, como tal, o branco pensou tratar-se de mais um. Categorizou-o, generalizou-o por causa de outros negros que contribuíram para a construção desse preconceito."
Com ou sem intenção acabámos por discriminar os outros graças a casos particulares. “Paga o justo pelo pecador

No fundo, na minha opnião é isto que acontece. Categorizam-se as pessoas, muitas vezes referindo-se a apenas uma pessoa como "vocês" e como nos exemplos que dei quando me referí ao Lombrosianimo, atribuindo aos outros individuos características atávicas.
Infelizmente vemos frequentemente casos e exemplos destes, diáriamente na sociedade portuguesa. E embora, estes casos não sejam um fenómeno exclusivo desta sociedade,e comum a muitas outras, nada os justifica.Nada justifica de facto a procura, de igual modo de "bodes  expiatórios".
Lembro-me de que há algumas semas atrás, um conhecido jornal matutino lisboeta veiculou a notícia de que um imigrante paquistanês que vivia em união com uma mulher portuguesa e de quem tinha uma filha tinha sido detido por violência doméstica e por ter agredido a filha do casal,de poucas semanas de vida; acto que é verdadeiramente censurável (como é óbvio)... No entanto, ao lêr os comentários acerca da notícia, púde constatar que pelo menos 8o% das críticas reaíram não na censurabilidade do acto em sí, pelo qual a meu vêr, o agrssor devria ser punido, mas recaíram sim, no facto daquele indivíduo ser paquistanês, recaíram sobre a comunidade paquistanesa e no facto de esta ser maioritáriamente muçulmana...Foram de facto poucos, muito poucos os comentários acerca daquele acto.

- No caso concreto da minha vida pessoal; sou português,ainda que seja mestiço,nascido em Moçambique....Presentemente estou desempregado....e encontro-me a receber o RSI-Rendimento Social de Inserção (que alguns e algumas forças  políticas consideram ser uma forma de fomentar o ócio, o desmprego e a criminalidade).
Muito embora tnha feito bastantes diligências até agora para encontrar trabalho seja enviando cuurrículos, telefonando para as várias firmas,inscrevendo-me em empresas de trabalho temporário não consigo arranjar trabalho. Tenho me dirigido com alguma frequência ás várias empresas de trabalho temporário existentes, na cidade de Lisboa e arredores e deparo-me frequentemente com a mesma resposta: Não Há ofertas de trabalho...!
Há não muito tempo fui a uma empresa de trabalho temporário, nas imediações do Aeroporto de Lisboa...Pretendí aí inscrever-me, levei comigo os meus certificados todos.. quando entrei a pessoa que estava á secretária perguntou-me desabridamente se queria alguma coisa, eu disse que gostaria de saber quais eram as ofertas de trabalh disponíveis e ela disse-me logo, "Não há ofertas de trabalho!Olhei para o placard de cortiça e estavam lá algumas ofertas expostas, que correspondiam ao meu perfíl: Pediam o 12ºano,algumas outras o 9º ano, conhecimentos de Informática na óptica do utilizador ,certificados que possuo)mas assumiram de imediato que eu deveria ser um "maluquinho" que alí entrou e portanto, não deveria saber coisa nenhuma ou não deveria ter competências algumas.
Já noutra empresa de trabalho temporário, fui chamado por um dos funcionários, com quem tivera uma entevista no dia anterior, para alí comparecer às sete da tarde para apurar-mos dados sobre uma proposta de trabalho.Dirigí-me lá, e quando ali cheguei auqle funcionário estava a a tender outra pessoa. na mesma sala estavam duas colegas dele. Uma delas atendeu-me e perguntou-me se eu queria alguma coisa.Expliquei-lhe que estava alí para falar com o colega dela acerca de uma proposta de trabalho como electricista, para uma firma a montar parquímetros. Disse-me logo de imdeato:
-Essa proposta já expirou, já não está válida, a vaga já está preenchida, tem que fazer uma inscrição...(de uma forma agressiva...) Disse aquilo ignorando aquilo que eu lhe tinha dito acerca das minhas razões para alí estar, ainda que eu insistisse para com ela que estava que estava ali a pedido do colega dela. O colega dela que me chamou, que estava na mesa ao lado a atender outra pessoa disse-lhe que eu estava ali para falar com ele. Aí ela calou-se por breves momentos ( como que a perceber que como se diz "tinha metido o pé na argola") e depois disse-me que tinha que aguardar pois o colega dela estava a atender uma pessoa.
No dia seguinte dirigí-me então à empresa onde me deveria apresentar para uma entrevista de trabalho. Cheguei aguardei....depois veio uma funcionária do escritório a dizer que a pessoa com quem eu ia ter a entrevista saíu e que a entrevista ficava sem efeito; isto alguns minutos depois de uma outra senhora que ficou a olhar para mim,ter subido no elevador"- Parecem-me de facto bons exemplos de atitudes discriminatórias...







1 comentário:

LOJA QUE FECHOU VENDE: disse...

ECONOMIA DOMESTICA


Geralmente se fala muito em economia domestica, mas a grande verdade mesmo é que para quem é dona de casa sabe que milagres não existem, mesmo que se troque marcas, diminua aqui, ou ali, milagres não existem.

O que pode existir sim é o que se chama de cooperação entre todos aqueles que moram na mesma casa. Cooperação no sentido de quando passar por um cômodo apagar a luz, assim se economiza energia elétrica; quanto as sobras de comida, não jogar fora, mas quando perceber que os pequenos volumes de sobrinhas estão aumentando, buscar inventar algum prato para aproveitar essas pequenas sobras, e assim também fazer uma coisa diferente na alimentação; para aquelas regiões em que se possue caixa d´água nas casas, durante a madrugada desligar o registro de água, assim os pequenos vazamentos que porventura tenha, cessam durante a madrugada, e assim se economiza na conta de água também.

Ou seja, pequenas atitudes no dia a dia que muitas vezes fazem a diferença no final do mês.


J.Z. MAGAZINE
www.jzmagazine.com.br

Enviar um comentário