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Funeral de Orlando Zapata Tamayo foi hoje, sobre forte vigilância policial...

Orlando Zapata Tamayo, prisioneiro de consciência cubano, falecido no decurso de 85 dias de greve de fome, em protesto contra as más condições de detenção de que padeceu e vividas pelos restantes presos políticos foi hoje a enterrar no leste de Cuba, no cemitério da localidade de Banes, na presença de muitas dezenas de dissidentes e sob o olhar atento e vigilante das autoridades Cubanas.
O féretro de Orlando Zapata saiu da residência da família com destino ao cemitério de Banes, localidade que dista cerca de 840 km de Havana sempre debaixo do olhar vigilante das autoridades durante todo o trajecto.
"Muitos irmãos (dissidentes) estiveram comigo, mas estivemos sob repressão e escoltados por agentes da segurança de Estado até aos últimos instantes", disse Tamayo, a sua mãe, de  60 anos.
Vários dissidentes disseram ter sido obrigados a recuar pelos polícias à civil e agentes da segurança do Estado colocados à entrada de Banes, em redor da casa da família de Zapata e no cemitério.
Cerca de 30 opositores do regime foram detidos durante algumas horas, no dia anterior, a maioria na província de Holguin, para impedir que se deslocassem a Banes, segundo a comissão cubana para os Direitos do Homem, uma organização ilegalizada.
"O Governo tentou silenciar o funeral", afirmou Elizardo Sanchez, porta-voz da comissão.
O mesmo elemento aconselhou os jornalistas estrangeiros em Cuba - muitos dos quais aguardam há quase um ano a renovação da respectiva acreditação - a não se deslocarem a Banes. Os media cubanos, controlados pelo Estado, guardaram silêncio sobre o caso e apenas um 'site' na Internet divulgou quarta feira que o presidente Raul Castro lamentava o ocorrido, uma informação retirada pouco depois.
A mãe do falecido Orlando Zapata recusou-se a aceitar qualquer manifestação de pesar ou de condolências por parte do Presidente Raúl Castro e adiantou que o seu filho foi vítima de maus tratos durante o periodo em que esteve detido.

Funeral simbólico...

Cerca de cem antigos presos políticos e opositores ao regime Castrista, reuniram-se Quarta-feira passada em casa de Laura Pollán, líder do movimento damas de Branco, no centro de Havana, num acto simbólico de despedida para com o malogrado activista."Quero com minha presença homenagear o irmão falecido. Não poderemos ir a Banes (o povoado onde Zapata será enterrado), mas meu coração está com ele", declarou à AFP Niurkis Rivera, um dos participantes do "funeral simbólico"

Condenações por parte da comunidade Internacional

A morte de Zapata foi condenada pelos Estados Unidos, pela União Europeia e pelo Canadá que reclamaram a libertação de todos os presos políticos (200 segundo os dissidentes), mas sem pôr em causa a continuação do diálogo ou da cooperação com o actual regime cubano.
O líder histórico da central sindical polaca Solidariedade, Lech Walesa, prémio Nobel da paz em 1983, apelou aos laureados para se unirem e pressionarem o regime de Castro a favor dos presos políticos.
Na República Checa, o parlamento guardou um minuto de silêncio em homenagem a Zapata.
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, amigo dos irmãos Fidel e Raul Castro, esteve em Cuba quarta feira, numa visita que coincidiu com o embaraço provocado por este caso e foi o único dirigente da América Latina a lamentar "profundamente" a morte de Zapata muito embora negasse ter recebido qualquer apelo ou diligência por parte do grupo de cinquenta prisioneiros políticos pedindo a libertação do prisioneiro político Orlando Tamayo.

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