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E a "Geração à Rasca" saíu à rua....!!!

Convocada através da rede social facebook há já várias semanas o protesto da geração à rasca saíu à rua.
Origem do nome Geração à RascaO nome geração à rasca tem a vêr com o facto de em 1994 num editorial que ficou célebre, um director do Jornal Público,Vicente Jorge Silva ter apelidado os jovens daquela altura de "Geração rasca, termo que ganhou uma exponencial projecção dentro dos seus congéneres e tornou-se moda entre a classe política.
Os números do protesto da Geração à rasca"Segundo o "Jornal de Negócios" e muito contráriamente às informações da polícia de Segurança Pública que afiançava 200 mil, foi cerca de 300 mil o número de pessoas que em todo o país nas várias capitais de distrito, e em cerca de 11 cidades acudiram ao protesto.
 Em Lisboa a Avenida da Liberdade esteve cheia de uma ponta a outra e a adesão ao protesto foi tão grande que as comunicações móveis com o local estiveram por diversas vezes interrompidas , muito embora segundo as operadoras de telecomunicações móveis não se pudesse falar de avarias.
Na cidade do Porto os manifestantes conglomeraram-se na Praça da Batalha onde a adesão foi igualmente , tal como sucedeu em Lisboa, massiva.

Como sempre a polícia e o SIS.....

Em Coimbra cerca de 500 manifestantes terão aderido ao protesto; cerca de 1000 protetaram em Ponta Delgada e um numero a rondar os seis mil manifestantes tomou as ruas de Faro, não havendo memória de um número tão grande de pessoas ter algumas vez acedido a uma manifestação naquela cidade algarvia.
"Senhor Presidente, em nome dos pobres, dos jovens, dos idosos e da nação, dissolva o Parlamento!", é um dos slogans que impera no Porto.
"Sócrates cabrão, aceita a demissão", grita-se em Lisboa.
Os slogans são imensos: "Nunca pagámos tanto por tão pouco".
"Economia é a tua tia". "Com a precaridade não há liberdade". "Revolução dos (es)cravos".
"Deixa passar, deixa passar, que o mundo vai mudar".
"Todos à rasca homens e animais".
(in Jornal de Negócios-ver notícia completa)
Um pouco por todo o país protestaram não só estudantes mas também pessoas de outros escalões etários, sociais, profissionais a despeito de etnia ....é que a crise e a precariedade não têm afectado apenas aos estudantes e ao jovens da geração dos computadores, mas também aos mais velhos e inclusive os reformados a quem têm sido cortadas as pensões e outros benefícios sociais.
Há muito que o país real não se manifestava assim a esta escala....
Protestou-se contra os cortes nas pensões e benefícios sociais para os reformados e reformados por invalidez; contra os cortes nos abonos de família e apoios sociais às crianças; protestou-se contra o desemprego e o trabalho precário.
Nos dias que correm são inúmeras e demasiadas as situações que afectam os recém licenciados que após a conclusão dos seus cursos se vèm desempregados ou então forçados a trabalhar em empresas de trabalho temporário a recibos verdes: recibos verde aos quais o Estado veio aumentar-lhes as contribuições sociais como se já não bastassem as poucas regalias sociais que os trabalhadores a recibos verdes possuem.
Os que trabalham a recibos-verdes não têm direito a 13ºmês, a súbsidio de férias ou a subsídio de alimentação.
Muitos dos recém-lincensiados que deixam as universidades e após a conclusão dos cursos tentam integrar o mercado de trabalho debatêm-se obstáculos como a exigência de experiência para tudo e mais alguma coisa; experiência que nunca terão se não lhes for dada qualquer oportunidade de trabalho....
Além do obstáculo oferecido por esta "supra-exigência", juntam-se os obstáculos da mesquinhez daqueles que estão nas secções de recrutamento das empresas de trabalho temporário e nos recursos humanos de muitas empresas.
A muitos recém licenciados e recém -formados de cursos de formação profissional é-lhes muitas vezes negado o acesso ao mercado de trabalho mesmo para não só ante a desculpa de falta de experiência mas também por excesso de habilitações.
Há ainda o caso daqueles que estão a fazer estágios não-remunerados....
Estágios que até nalguns casos além de não proiciarem ou oferecerm alguma remuneração ao estagiário são muitas vezes pagos pelos próprios estagiários...uma autêtica mina de ouro para os empresários e empresas, sem escrúpulos,diga-se em bom português.

Mesmo à rasca...

Muitos jovens licenciados são assim atraídos para este tipo de situações nos quais estarão inclusive sujeitos a coacção psicológica ante a esperança de findo o estágio virem a ser integrados na empresa onde estagiam...há registos de situações que se prolongam no tempo para além de um ano....
Vivemos numa sociedade em que se é discriminado por se ter o 12ºano....
Muitas famílias lutam com dificuldades para enviar os filhos para as universidades cujas propinas foram e continuam a ser de custo cada vez mais exorbitante e que tornam no caso daqueles que pretendem seguir a estudos superiores o acesso à Universidade proibitivo.
Mesmo ao nível do ensino secundário as famílias portuguesas já se debatem com o problema do custo dos manuais escolares, custo que aumenta drásticamente quando os filhos passam para o ensino superior onde os livros são caríssimos...
No caso das pessoas de mais idade as dificuldades de se encontrar um trabalho sendo que as taxas de desmprego são maiores nas camadas etárias acima dos 35 anos de idade....
Para o Estado as pessoas entre os 55 e os 60 anos são novas para se reformarem e demasido velhas para trabalhar do ponto de vista dos patrões.
Aceitar mudo e calado todo este tipo de situações e reputá-lo como justo, porque sempre assim foi ou parece ter sido, é apenas perpétua-lo ainda mais.
E a tendência é que com governos como este e os anteriores as coisas piorem e se agravem ainda mais.
As manifestações da Geração à Rasca também tiveram destaque na imprensa estrangeira tendo alguns media como o El País (espanhol), o El Mundo (espanhol) e outros que a apelidaram a maior manifestação em Portugal desde o 25 de Abril.
Protesto dos Professores e anúncio de paralização dos camionistas
Paralelamente aos protestos da "Geração à Rasca" os professores manifestaram-se Sábado dia 12 de Março no Campo Pequeno em Lisboa, manifestação que terminou em frente ao Ministério da Educação.
Em relação às manifestações que decorreram este Sábado a Ministra da Educação que esteve a inaugurar o novo centro escolar em Labruge respondeu : É natural que as pessoas que não têm emprego se sintam inseguras", disse a ministra da Educação a propósito da manifestação "geração à rasca"
Os professores marcharam contra as contratações precárias e também contra o facto da disciplina de Educação Visual passar a ter dois docentes entre outros problemas que afectam a sua classe.
camionistas
Também os camionistas anunciaram que irão paralizar a partir de segunda-feira dia 14 de Março.
A iniciativa do protesto dos camionistas partiu das empresas de transportes.
As associações representantes de (empresas) transportadoras de mercadorias segundo o DN (Diário de Noticias) estiveram reunidas em Pombal e decidiram convocar a paralização para as 00 horas do dia 14 de Março.
Segundo podia lêr-se na edição online do DN de hoje Domingo 13 de Março:
"Pedro Morais apelou para que os camiões fiquem parados nos parques durante a iniciativa de contestação.
O responsável falava aos jornalistas após uma reunião destinada a apresentar os resultados das negociações com o Governo para a obtenção de medidas de apoio ao sector.
No encontro estiveram também representantes das associações Nacional das Transportadoras Portuguesas (ANTP), Nacional de Transportes Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM), Portuguesa de Operadores Expresso (APOE) e Rodoviária de Transportadores Pesados de Passageiros (ARP).
Resumindo e concluindo: Somos uma geração à rasca, que vivemos num país que não sendo Rasca tem um governo rasca de politicas rascas que nos enrascam a todos...."
(ver notícia)
As fotos dos protestos:


Artigos Relacionados:
A "geração à rasca" saiu do armário-Artigo do Jornal "Público"
governo quer reduzir direitos antes e depois do despedimento
Grupo Geração à Rasca muda de nome....
Á RascaTV - Veja a televisão online da "Geração à Rasca"

2 comentários:

Anónimo disse...

Oxalá sejamos ouvidos...Oxalá que as nossas palavras não sejam como folhas levadas pelo vento.....e recebidas com ironia ...

Anónimo disse...

Díficilmente!!!!
O protesto da geração à rasca foi mais um grito de desabafo de uma massa insatisfeita com o sistema...as coisas não vão mudar....
As empresas de trabalho temporário, as operadoras de tvcabo e telefónicas e todos aqueles que enchem o cú com a mão de obra barata dos estudantes , recém lincensiados e emigrantes continuarão nos seus negócios esclavagistas.....

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