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Bullying, mobbing, assédio e intimidação.....

O recente desaparecimento nas água do rio Tua de uma criança de 12 anos , de Mirandela que algum tempo antes fora vítima de intimidações psicológicas continuadas (bullying) por parte de colegas de escola seus, trouxe de novo à atenção dos médias o tema do Bullying nas escolas portuguesas.
Continuam neste momento as buscas para encontrar o corpo do pequeno Leandro desaparecido segunda-feira nas águas do Tua, sendo bastante grande a tese de que o jovem se terá suicidado. Suicídio que a confirmar-se poderá bem ser o primeiro caso de suícidio registado em Portugal por causas directamente relacionadas com o bullying nas escolas. O Ministério da Educação de acordo com o jornal digital IOL "Já abriu um processo de averiguações para ajudar a perceber um caso invulgar".
Transcrevendo ainda do IOL para mais pormenores sobre os detalhes do deste caso:
"As autoridades, a quem o irmão gémeo e dois primos de Leandro contaram que o aluno saiu da escola com intenção de se matar, após (mais) uma zanga com colegas, continuam a apontar para a possibilidade de acidente. A Escola Luciano Cordeiro, onde frequentava o sexto ano, é apontada como um exemplo de tranquilidade.
É pelo menos o que dizem as estatísticas do Gabinete Coordenador de Segurança do Ministério da Educação: no ano lectivo de 2008/09 houve duas únicas ocorrências, ambas de injúrias a funcionários. Nada de violência entre alunos.
O conselho executivo do agrupamento de escolas não quis prestar declarações, mas o presidente da Associação de Pais, António José Ferreira, confirmou não existir qualquer queixa em relação à criança em causa. A Comissão de Protecção de Menores e Jovens dá a mesma informação.
À hora do sucedido, Leandro deveria estar na escola . Saiu depois de um alegado desentendimento com colegas. Queixou--se ao irmão e aos primos, que o acompanharam e dizem tê-lo impedido de se lançar da ponte. Mas o pré-adolescente continuou a descer para a margem direita do rio, junto ao parque de merendas.
Despiu-se. As comportas do açude estavam abertas e a forte corrente levou-o em segundos.
Fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro explica que o facto de se ter
despido parece não ser compatível com o gesto irreflectido de um suicídio. Os primeiros relatos das autoridades aos jornalistas davam conta de que Leandro teria tentado recuperar uma bola caída à água.
Esta versão foi ontem sendo substituída pelos insistentes depoimentos de familiares - que estão a receber acompanhamento psicológico - sobre as agressões de que Leandro era vítima.
Segundo a avó, Zélia Morais, há cerca de um ano Leandro precisou mesmo de receber assistência médica.
Daniel Sampaio, psiquiatra e autor de livros sobre o suicídio na adolescência, sublinha ao i que, a confirmar-se, o caso de Leandro tem contornos "raríssimos".
O suicídio atinge maior frequência a partir dos 15 anos, sendo muito invulgar abaixo dessa idade. "Creio que seria importante e interessante realizar-se uma autópsia psicológica", afirma.
Este método de investigação procura reconstituir o estado psicológico e motivações da vítima no período que antecedeu o suicídio, contactando familiares, colegas e outras pessoas próximas. "Mas nada na lei obriga à realização de uma autópsia psicológica", sublinha o psiquiatra, acrescentando não ser habitual o Ministério Público promover este estudo.
Diversos estudos internacionais confirmam que a percentagem de suicídios é mais elevada entre vítimas de bullying (conceito que pressupõe maus-tratos repetidos), mas Daniel Sampaio acentua nem sempre ser evidente a relação de causa efeito.
Um suicídio é quase sempre resultado de múltiplos factores. De sinais que nem sempre são lidos a tempo. "
(in I.O.L.pt-3/3/2010)
Segundo parece, tratar-se-á de facto de um caso de bullying segundo a família do jovem desaparecido e ainda mais recentemente a mãe de um colega do rapaz veio a público referir que o seu filho era também vítima de maus tratos por parte de colegas seus.
O fenómeno do bullying nas escolas ainda que pouco falado, pois continua a estar envolto num véu de silêncio (apesar de nos anos recentes ter vindo a ganhar alguma projecção pública) não é novo.
A palavra bullying origina-se do termo também inglês bully (valentão) e refere-se a actos continuados de intimidação e agressão física e psicológica, praticados de forma intencional por um indivíduo ou grupo de indivíduos com o objectivo de intimidar ou agredir a um indivíduo ou mesmo um grupo de indivíduos incapazes de se defender.
No entanto existem também híbridos Victima/agressor que também cometem eles agressões sendo ao mesmo tempo vítimas das agressões da turma ou do grupo.
Segundo os especialistas o fenómeno bullying reveste-se de três características fundamentais : é agressivo e negativo; contínuo e repetido e acontece onde existem desiquilíbrios de poder.
O bullying é também dividido em dois tipos : O bullying directo (a forma de bullying mais comum entre agressores do sexo masculino) e o bullying indirecto ( que atende também pelo nome de agressão social) que é mais comum nos agressores do sexo feminino.
O bullying indirecto caracteriza-se pela sua subtileza, e pelo forçar a vítima ao isolamento social.
Procura-se então obter o isolamento social da vítima através de técnicas tais como:
 -boatos e comentários
-evitar a socialização e contacto com a vítima
-ameaçar ou agredir procurando impedir o contacto de outros com a vítima.
-criticar a forma de vestir, a raça e aorigem étnica da vítima bem como fazer comentários jocosos e zombeteiros acerca das características físicas da vítima entre outras coisas.
Muito contráriamente àquilo que o senso comum ideia, o fenómeno bullying não se resume exclusivamente ao meio escolar, podendo ocorrer também noutros meios e locais tais como universidades, locais de trabalho, na vizinhança ou até entre países sendo no entanto evidentes os contrastes de poder na relação vítima e agressor.
Para quem está fora desta relação, na perspectiva de um observador externo poderá parecer que o poder dos agressores se deverá apenas à forma como a vítima reage diante do agressor,mas em muitos casos a vítima poderá ter razões para o fazer pois poderão estar em causa de alguma ameaça de agressão física ou sexual ou a perda de meios de subsistência (no caso do meio laboral).
O bullying que ocorre no meio laboral é também às vezes apelidado "mobbing".
Segidamente apresenta-se uma lista de comportamentos agressivos utilizados pelos "bullies"(agressores que se servem de técnicas intimidatórias):
* Insultar a vítima; acusar sistematicamente a vítima de não servir para nada.
* Ataques físicos repetidos contra uma pessoa, seja contra o corpo dela ou propriedade.
* Interferir com a propriedade pessoal de uma pessoa, livros ou material escolar, roupas, etc, danificando-os
* Espalhar rumores negativos sobre a vítima.
* Depreciar a vítima sem qualquer motivo.
* Fazer com que a vítima faça o que ela não quer, ameaçando a vítima para seguir as ordens.
* Colocar a vítima em situação problemática com alguém (geralmente, uma autoridade), ou conseguir uma ação disciplinar contra a vítima, por algo que ela não cometeu ou que foi exagerado pelo bully.
* Fazer comentários depreciativos sobre a família de uma pessoa (particularmente a mãe), sobre o local de moradia de alguém, aparência pessoal, orientação sexual, religião, etnia, nível de renda, nacionalidade ou qualquer outra inferioridade depreendida da qual o bully tenha tomado ciência.
* Isolamento social da vítima.
* Usar as tecnologias de informação para praticar o cyberbullying (criar páginas falsas sobre a vítima em sites de relacionamento, de publicação de fotos etc).
* Chantagem.
* Expressões ameaçadoras.
* Grafitagem depreciativa.
* Usar de sarcasmo evidente para se passar por amigo (para alguém de fora) enquanto assegura o controle e a posição em relação à vítima (isto ocorre com freqüência logo após o bully avaliar que a pessoa é uma "vítima perfeita").

O perfíl do agressor (bullie)

De acordo com a Wikipédia "Pesquisas indicam que os adolescentes agressores têm personalidades autoritárias, combinadas com uma forte necessidade de controlar ou dominar. Também tem sido sugerido que uma deficiente habilidade sociail e um ponto de vista preconceituoso sobre subordinados podem ser fatores de risco em particular. Estudos adicionais têm mostrado que enquanto inveja e ressentimento podem ser motivos para a prática do bullying, ao contrário da crença popular, há pouca evidência que sugira que os bullies sofram de qualquer déficit de auto-estima. Outros pesquisadores também identificaram a rapidez em se enraivecer e usar a força, em acréscimo a comportamentos agressivos, o acto de encarar as ações de outros como hostis, a preocupação com a auto-imagem e o empenho em ações obsessivas ou rígidas. É frequentemente sugerido que os comportamentos agressivos têm sua origem na infância:
"Se o comportamento agressivo não é desafiado na infância, há o risco de que ele se torne habitual. Realmente, há evidência documental que indica que a prática do bullying durante a infância põe a criança em risco de comportamento criminoso e violência doméstica na idade adulta" muito embora o bullying não envolva necessáriamente criminalidade.
No plano escolar  o bullying ocorre norma geral em sítios e zonas do recinto escolar com pouca ou nenhuma supervisão do pessoal auxiliar e  dos corpos docentes  embora possa acontecer em qualquer outra zona do edíficio escolar."

Quais são os efeitos do Bullying sobre as vítimas?
Efeitos sobre as vítimas incluem :

-Depressão reactiva, uma forma de depressão clínica causada por eventos exógenos
-Stress de desordem pós-traumática
-Torna-se também um agressor
-Ansiedade
-Problemas gástricos
-Dores não especificadas
-Perda de auto-estima
-Medo de expressões e emoções
-Problemas de relacionamento
-Abuso de drogas e álcool
-Auto-mutilação
-Suicídio (também conhecido como bullycídio)
A nível escolar os efeitos do Bullying incluem:

 -Níveis elevados de faltas escolares (absentismo)
-Alto nível de faltas indisciplinares por males menores
-Desrespeito pelos professores
(veja um vídeo sobre o assunto no fim do artigo)
 Citando o artigo da wikipédia sobre o Bullying:"Nos anos 1990, os Estados Unidos viveram uma epidemia de tiroteios em escolas (dos quais o mais notório foi o massacre de Columbine).
 Muitas das crianças por detrás destes tiroteios afirmavam serem vítimas de bullies e que somente haviam recorrido à violência depois de a administração da escola havia falhado repetidamente em intervir. Em muitos destes casos, as vítimas dos atiradores processaram tanto as famílias dos atiradores quanto as escolas.
 Como resultado destas tendências, as escolas em muitos países passaram a desencorajar fortemente a prática do bullying, com programas projetados para promover a cooperação entre os estudantes, bem como o treinamento de alunos como moderadores para intervir na resolução de disputas, configurando uma forma de suporte por parte dos pares. Dado que a cobertura da mídia tem exposto o quão disseminada é a práctica do bullying, os júris estão agora mais inclinados do que nunca a simpatizar com as vítimas.
 Em anos recentes, muitas vítimas têm movido ações judiciais diretamente contra os agressores por "imposição intencional de sofrimento emocional", e incluindo suas escolas como acusadas, sob o princípio da responsabilidade conjunta.
 Vítimas norte-americanas e suas famílias têm outros recursos legais, tais como processar uma escola ou professor por falta de supervisão adequada, violação dos direitos civis, discriminação racial ou de gênero ou assédio moral.
O bullying nas escolas (ou em outras instituições superiores de ensino) pode também assumir, por exemplo, a forma de avaliações abaixo da média, não retorno das tarefas escolares, segregação de estudantes competentes por professores incompetentes ou não-atuantes, para proteger a reputação de uma instituição de ensino.
Isto é feito para que seus programas e códigos internos de conduta nunca sejam questionados, e que os pais (que geralmente pagam as taxas), sejam levados a acreditar que seus filhos são incapazes de lidar com o curso.
Tipicamente, estas atitudes servem para criar a política não-escrita de "se você é estúpido, não merece ter respostas; se você não é bom, nós não te queremos aqui". Freqüentemente, tais instituições (geralmente em países asiáticos) operam um programa de franquia com instituições estrangeiras (quase sempre ocidentais), com uma cláusula de que os parceiros estrangeiros não opinam quanto a avaliação local ou códigos de conduta do pessoal no local contratante.
 Isto serve para criar uma classe de tolos educados, pessoas com títulos acadêmicos que não aprenderam a adaptar-se a situações e a criar soluções fazendo as perguntas certas e resolvendo problemas."
Em Portugal, um tanto à semelhança do que acontece noutros países, as escolas o bullying é pouco denunciado pelas vítimas.
Um tipo de bullying que parece começar a" popularizar-se" é o cyber-bullying
 Algo recentemente, os médias relataram que um grupo de jovens entre os 12 e os 16 anos  foi detido pela PSP na Ilha da Madeira sob a acusação de agredir outros jovens, pessoas idosas e estrangeiros e filmava as agressões colocando depois as agressões na Internet.
De acordo com o jornal electrónico IOL : "O comissário Roberto Fernandes precisou que o grupo era composto por seis jovens, «todos devidamente integrados em estruturas familiares de classe média» e que os actos de «violência gratuita» eram praticados no Concelho do Funchal, junto a parques públicos, zonas balneares ou recintos escolares.
Roberto Fernandes referiu que estes «comportamentos desviantes» foram «sinalizados há cerca de três ou quatro meses», tendo a PSP actuado criminalmente na sequência de «algumas queixas formalizadas pelas vítimas ou pelos encarregados de educação».
Destacou que os alvos «eram seleccionados, recaindo a escolha sobre pessoas que não podiam oferecer resistência», madeirenses ou estrangeiros.
Disse que a PSP está a trabalhar em conjunto com o Ministério Público e que as
medidas sancionatórias a aplicar aos adolescentes são «tutelares, educativas, sendo que no caso mais grave podem ir até ao internamento em centros educativos».
segundo a mesma notícia : Um comunicado emitido pela PSP diz que o grupo de adolescentes foi identificado esta semana e está conotado com a «prática de vários actos ilícitos qualificados pela lei como crime, designadamente de ofensas à integridade física, dano e difamação».
A mesma nota acrescenta que «os menores em causa, de forma organizada e deliberada, preparavam complexas combinações de substâncias químicas e alimentares, de forma a obterem cocktails viscosos e com forte potencial de toxicidade, utilizando seguidamente essas matérias para violentar gratuitamente as suas vítimas na via pública».
Adianta que "as vítimas eram pessoas muito mais novas ou mais velhas que os jovens agressores, madeirenses ou estrangeiros, e que escolhiam «parques públicos, recintos escolares e imediações de complexos balneares» para efectuar as agressões, «provocando fortes prejuízos no vestuário e outros artigos afectados directamente pelas referidas substâncias».
Realça que os actos eram «filmados por um ou mais membros do grupo, através dos seus telemóveis, para depois serem colocadas e difundidas na Internet, num sítio [Youtube] de fácil e grande acesso público, com o objectivo de humilhar publicamente as vítimas». "
A partir de doze (12) de Maio, a Associação Nacional de Professores, criará uma linha telefónica de apoio, dirigida a professores, alunos e famílias, envolvidas ou vítimas das mais diversas formas de “Bullying”, quer como agressores, quer como vítimas, pois, normalmente os envolvidos nestas situações vivem um drama permanente de medo e em silêncio. Esta linha telefónica de apoio estará preparada para ouvir e dar o apoio necessário de forma confidencial. A criação desta linha de apoio foi inserida num projecto intitulado “convivência nas escolas”, desenvolvido por esta Associação, em parceria com investigadores da Universidade Lusófona do Porto, tendo como base uma crescente preocupação associada à violência na comunidade escolar, confirmados pelos resultados da UNESCO, que lançaram o alerta; 25% a 50% dos alunos são vítimas de “Bullying”.
O número telefónico de apoio é o 808 968 888 e este novo projecto pretende sobretudo, promover a educação para a convivência nas escolas, ajudando a prevenir e a combater fenómenos de conflitualidade, indisciplina e violência.

Como ajudar a alguém que suspeitemos ser ou ter sido vítima de bullying?
Há várias formas através das quais poderemos ajudar alguém que saibamos estar a ser ou que já tenha sido vítima de bullying :
-Saiba que ele(a) está a precisar de ajuda
-Não tente ignorar a situação
-Procure manter a calma
-Mostre que a violençia deve ser evitada
-Não o agrida ,nem o intimide
-Mostre que sabe o que está a acontecer Converse com ele
-Garanta a ele que o quer ajudar
-Tente indentificar algum problema actual
Com o consentimento dele tente entrar em contacto com a Escola
Procurar auxiliá-lo a encontrar meios não agressivos
Encoraje-o a pedir desculpa ao colega que agrediu
Tente descobrir alguma coisa positiva em que ele se possa sair bem para elevar a sua auto-estima.
Caso alguém suspeite ou julgue estar a ser vítima de bullyiung ou mobbing ou qualquer tipo de assédio poderá contactar também a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV). Poderá encontrar um link para o site da APAV aquí nesta página ou na barra lateral.
Não se cale e denúncie.Não sofra em silêncio. Poderá também contar a sua história enviando-a para este sítio através do formulário disponibilizado na página dos contactos.








































































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