Quinta-feira 18 de março , pelas 11 horas, família, amigos,"admiradores", e também muitos cidadãos anónimos que se solidarizaram com o caso bem como com a família do malogradamente falecido rapper MC Snake, reúniram-se no cemitério do Alto de São João, para homenagear e despedir-se do jovem músico baleado pela Polícia de Segurança Pública, na passada segunda-feira, no decurso de uma operação Stop em que aquele, foi mandado parar.
A cerimónia fúnebre que estava prevista para as 11 horas começou de facto um pouco antes, com a comitiva sendo encimada por alguns amigos motards que acelararam em som sincronizado, tendo o carro fúnebre aguardado pelo menos cinco minutos imobilizado à. porta do cemitério.
A tranquilidade e a ordem foi mantida durante a cerimónia que foi assistida por imensos jovens, que aplaudiram demonstrando o seu mais profundo respeito por Nuno Rodrigues, MC Snake como era conhecido no Bairro de Chelas.
Ao funeral compareceram também para manifestar o seu profundo pesar pelo companheiro e amigo, alguns nomes conhecidos da cena Hip Hop portuguesa tais como General D, Boss MC, virgul e o próprio Sam The Kid, amigo de MC Snake que o incentivou desde sempre, e em particular quando aquele saiu de prisão a fazer rimas (rap).
A família de MC Snake continua a manter a integridade do jovem e a dúvidar que ele tivesse de facto fugido à polícia.
Segundo declarações do irmão, Jorge Rodrigues ao jornal online IOLTVI:
"só queria conhecer o polícia que deu o tiro para dizer que o meu irmão é da paz».
«Soube que o meu irmão não tinha álcool não tinha nada. Isso para nós é o mais importante. Vestindo-se como se vestia, andam a tentar rotulá-lo de tudo e mais alguma coisa. Não estamos descansados com a injustiça que fizeram com o meu irmão», afirmou ainda antes do funeral, à porta da igreja de Santa Clara, em Chelas.
Jorge Rodrigues apelou à serenidade e chegou mesmo a dizer que a PSP era bem-vinda para garantir a segurança.
«Não vamos rotular todos os polícias pela atitude de um polícia, ou dos seis ou sete polícias que estavam dentro daquela carrinha. Já recebemos as condolências de alguns polícias a nível pessoal e não posso rotular todos da mesma forma, do mesmo modo que não quero que rotulem o meu irmão.
Não posso ser injusto e ver as coisas só de um lado».
Os familiares e amigos de MC Snake realizarão uma vígilia diante da esquadra de Benfica no próximo domingo dia 21 de Março pelas 16 horas.
Coincidentalmente ou não, domingo dia 21de Março de assinalam-se os 50 anos do Massacre de Sharpville, ocorrido na Africa do Sul em 1960 , dia que desde 1961 ficou designado pela O.N.U. como sendo o Dia Internacional da luta contra o racismo.
Segundo aquilo que os média, (os jornalistas sérios, os que procuram a veracidade dos factos, que põe as verdades opostas na balança e cujo mester é de facto o de fazer a informação chegar aos seus receptores últimos de forma não deturpada), a música teve um papel importante, talvez transformador na vida de MC Snake que deixa neste mundo uma filhinha de dois anos de idade.
O grupo parlamentar do Bloco de Esquerda já pediu esclarecimentos ao (MAI) Ministério da Admnistração Interna sobre o assunto.
Segundo pode lêr-se no ´portal do bloco de esquerda:
"A deputada Helena Pinto do Bloco de Esquerda questionou, nesta terça-feira, o ministério da Administração Interna (MAI):
"Como explica o MAI que continuem a registar-se intervenções por parte das forças policiais, que resultam em mortes, sem a devida observância da proporcionalidade no uso da força?".
A deputada bloquista perguntou também ao MAI que medidas pretende implementar "para que não se venham a repetir este tipo de comportamentos" e se o governo pode "testar a qualidade da formação das forças policiais com armas de fogo, a adequação das armas utilizadas nestas operações, ou mesmo a conformidade da própria metodologia utilizada para responder a este tipo de criminalidade".
Os pormenores exactos e as circunstâncias em que aquela morte ocorreu, são alvo de muita controvérsia uma vez que os eventos daquela madrugada não tiveram quaisquer outras testemunhas que senão os próprios agentes da P.S.P.intervenientes na perseguição que se seguiu e que culminou naquele desfecho trágico.
O caso em sí têm suscitado acesa polémica de entre a opinião pública portuguesa; controvérsia que é bastante notória por exemplo nos comentários enviados pelos leitores, em relação a este caso, quando visitamos as versões digitais de alguns dos principais diários da imprensa escrita, bem como alguns jornais digitais.
As opniões dividem-se, parecendo contudo, haver uma maior unanimidade de opniões favoráveis à actuação dos agentes policiais responsabilizando o jovem Nuno Rodrigues, e justificando a acção da Polícia de Segurança Pública como necessária.
"A lei é para se cumprir ", "as regras são para todos e são para serem respeitadas, a isso se chama viver em sociedade." advogam e soçobram alguns.
Nada mais certo.
É curioso que ao abrirmos um pequeno livro, que atende por Constituição da República Portuguesa (muito curiosamente tratam-se do conjunto de leis básicas que regem o estado de direito e o país em que vivemos que se chama Portugal, daí a essa Constituição se chamar portuguesa, por razões óbvias) se poderá ler , no seu Tema II-Direitos, liberdades e garantias pessoais:
"Capitúlo I-Direitos, liberdades e garantias pessoais
ARTIGO 24º-(Direito à vida)
1. A vida humana é inviolável
2. Em caso algum haverá pena de morte"
Já o Título V da Constituição da República Portuguesa, que se refere aos orgãos de soberania, alude à função juridiscional dos tribunais identificando-os nos seguintes termos:
"Os tribunais são os orgãos de soberania com competência para admnistrar a justiça em nome do povo".
Portanto sendo as leis para se cumprir e as regras para se respeitarem, não existindo pena de morte em Portugal, estando a utilização da arma de serviço por parte dos agentes afectos ao serviço policial que possui um código deontológico (ver barra lateral) condicionado a situações extremas e a aplicação da justiça remetida para os tribunais) as regras não foram então respeitadas.
De acordo com um artigo do jornal o Público existe uma lei interna da PSP, de 2005, proíbe a utilização de armas de fogo em situações como a que morreu o rapper.
Segundo o jornal de Público, uma lei interna de 2005, baseada no Decreto-Lei 4/75 de 1979, proíbe a utilização de armas de fogo em situações como a da perseguição policial, em que morreu o rapper Nuno Rodrigues (MC Snake).
O crime de desobediência não é púnivel com pena de morte (inexistente no Código penal).
E recorde-se que um dos pressupostos para a abolição da
pena de morte em Portugal foi, em 1867 (Portugal foi o pioneiro da abolição) o de que se tratava de facto de uma pena desumana e cruel.
Confrontos durante uma rusga no Porto no bairro da Sé feriram um homem num pé...
No entanto pese os acontecimentos ocorridos em Lisboa, os jornais relataram que durante confrontos com a polícia durante uma operação de combate à droga, na qual houve confrontos entre os moradores e a polícia um homem foi atingido a tiro por um agente da P.S.P. no pé depois de o homem ter desafiado o agente a dispara sobre ele.
O homem foi internado no Hospital de S.João no Porto e ficará detido por desobediência ( medida que neste caso tendo havido desrespeito poderá ser adequada, o que não isenta ainda assim o comportamento inadequado,arbitrário e desajustado do agente daquela corporação, que deveria ser judicialmente punido e criminalizado.)
1 comentário:
R.I.P.-Rest in Peace
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