Neste artigo procurar-se-á aludindo á data, fazer de uma forma simples uma pequena retrospectiva histórica, como pano de fundo, das causas que levaram ao golpe militar enunciando os principais eventos ocorridos durante o levantamento.
Oliveira Salazar passou a controlar o país através do partido único designado "União Nacional", não mais abandonando o poder até 1968, quando este lhe foi retirado por incapacidade, na sequência de uma queda em que sofreu lesões
Tentava este, com ideias algo federalistas, modificar o curso da política colonial portuguesa, que se revelava demasiado dispendiosa.
Conhecidas as divisões existentes no seio da elite do regime, o MFA decide levar adiante um golpe de estado.
O movimento nasce secretamente em 1973.
Nele estão envolvidos certos oficiais do exército que já conspiravam, descontentes por motivos de carreira militar.
Preparação do golpe
A primeira reunião clandestina de capitães foi realizada em Bissau, em 21 de Agosto de 1973.
Uma nova reunião, em 9 de Setembro de 1973 no Monte Sobral (Alcáçovas) dá origem ao Movimento das Forças Armadas.
No dia 5 de Março de 1974 é aprovado o primeiro documento do movimento: Os Militares, as Forças Armadas e a Nação.
Este documento é posto a circular clandestinamente.
No dia 14 de Março o governo demite os generais Spínola e Costa Gomes dos cargos de Vice-Chefe e Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, alegadamente, por estes se terem recusado a participar numa cerimónia de apoio ao regime.
No entanto, a verdadeira causa da expulsão dos dois Generais foi o facto do primeiro ter escrito, com a cobertura do segundo, um livro, Portugal e o Futuro, no qual, pela primeira vez uma alta patente advogava a necessidade de uma solução política para as revoltas separatistas nas colónias e não uma solução militar.
No dia 24 de Março a última reunião clandestina decide o derrube do regime pela força.
Movimentações militares durante a Revolução
No dia 24 de Abril de 1974, um grupo de militares comandados por Otelo Saraiva de Carvalho instalou secretamente o posto de comando do movimento golpista no quartel da Pontinha, em Lisboa.
Às 22h 55m é transmitida a canção "E depois do Adeus", de Paulo de Carvalho, pelos Emissores Associados de Lisboa, emitida por Luís Filipe Costa.
Este foi um dos sinais previamente combinados pelos golpistas, que desencadeou a tomada de posições da primeira fase do golpe de estado.
O segundo sinal foi dado às 0h20 m, quando foi transmitida a canção "Grândola, Vila Morena", de José Afonso, pelo programa Limite, da Rádio Renascença, que confirmava o golpe e marcava o início das operações.
O locutor de serviço nessa emissão foi Leite de Vasconcelos, jornalista e poeta moçambicano.
O golpe militar do dia 25 de Abril teve a colaboração de vários regimentos militares que desenvolveram uma acção concertada.
No Norte, uma força do CICA 1 liderada pelo Tenente-Coronel Carlos de Azeredo toma o Quartel-General da Região Militar do Porto.
Estas forças são reforçadas por forças vindas de Lamego.
Forças do BC9 de Viana do Castelo tomam o Aeroporto de Pedras Rubras.
Forças do CIOE tomam a RTP e o RCP no Porto.
O regime reagiu, e o ministro da Defesa ordenou a forças sediadas em Braga para avançarem sobre o Porto, no que não foi obedecido, já que estas já tinham aderido ao golpe.
À Escola Prática de Cavalaria, que partiu de Santarém, coube o papel mais importante: a ocupação do Terreiro do Paço.
As forças da Escola Prática de Cavalaria eram comandadas pelo então Capitão Salgueiro Maia.
O Terreiro do Paço foi ocupado às primeiras horas da manhã.
Salgueiro Maia moveu, mais tarde, parte das suas forças para o Quartel do Carmo onde se encontrava o chefe do governo, Marcello Caetano, que ao final do dia se rendeu, fazendo, contudo, a exigência de entregar o poder ao General António de Spínola, que não fazia parte do MFA, para que o "poder não caísse na rua".
Marcello Caetano partiu, depois, para a Madeira, rumo ao exílio no Brasil.
A revolução resultou na morte de 4 pessoas, quando elementos da polícia política (PIDE) dispararam sobre um grupo que se manifestava à porta das suas instalações na Rua António Maria Cardoso, em Lisboa.
A origem do Cravo como símbolo da Revolução
O cravo vermelho tornou-se o símbolo da Revolução de Abril de 1974.
Logo ao amanhecer o povo começou a juntar-se nas ruas, juntamente com os soldados revoltosos.
Entretanto, uma florista, que levava cravos para um hotel, terá dado um cravo a um soldado, que o colocou no cano da espingarda.
Outros o imitaram, enfiando cravos vermelhos nos canos das suas armas.
Consequências da revolução
No dia seguinte, forma-se a Junta de Salvação Nacional, constituída por militares, e que procederá a um governo de transição.
O essencial do programa do MFA é, amiúde, resumido no programa dos três D: Democratizar, Descolonizar, Desenvolver.
Entre as medidas imediatas da revolução contam-se a extinção da polícia política (PIDE/DGS) e da Censura.
Os sindicatos livres e os partidos foram legalizados.
Só a 26 foram libertados os presos políticos, da Prisão de Caxias e de Peniche.
Os líderes políticos da oposição no exílio voltaram ao país nos dias seguintes. Passada uma semana, o 1.º de Maio foi celebrado legalmente nas ruas pela primeira vez em muitos anos.
Em Lisboa reuniram-se cerca de um milhão de pessoas.
Manifestação do 25 de Abril de 1983 na cidade do Porto.
O Processo Revolucionário em Curso- P.R.E.C.
"Portugal passou por um período conturbado que durou cerca de 2 anos, comummente referido como PREC (Processo Revolucionário Em Curso), marcado pela luta e perseguição politica entre as facções de esquerda e direita.
Foram nacionalizadas as grandes empresas.
Foram igualmente "saneadas" e muitas vezes forçadas ao exílio personalidades que se identificavam com o Estado Novo ou não partilhavam da mesma visão politica que então se estabelecia para o país.
No dia 25 de Abril de 1975 realizaram-se as primeiras eleições livres, para a Assembleia Constituinte, que foram ganhas pelo PS.
A Constituição da República de 1976
Na sequência dos trabalhos desta assembleia foi elaborada uma nova Constituição, de forte pendor socialista, e estabelecida uma democracia parlamentar de tipo ocidental.
A constituição foi aprovada em 1976 pela maioria dos deputados, abstendo-se apenas o CDS.
Acabada a guerra colonial, durante o PREC, as colónias africanas e Timor-Leste tornaram-se independentes."
(in Wikipedia - A Revolução dos Cravos)
As consequências sociais da Revolução dos Cravos, foram imensas.
passou a haver maior liberdade de expressão e de associação tanto a nível dos próprios cidadãos como da própria imprensa e assistiu-se ao fim da censura.
De qualquer forma pesem todo o tipo de considerações que se possam tomar acerca deste assunto esta data feriado nacional ressalva pela sua importãncia para o estabelecimento do pulipartidarismo e da liberdade de expressão, que muitas vezes sendo relativa, supera enormemente aquela possibilitada pelo regime fascista do etado-novo.
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