Hoje dia 14 de Julho de 2010,um dia ansiosamente aguardado,desde há muito pelos habitantes de Serpa, é também um dia que ficará na memória de muitos habitantes do Concelho de Serpa e sobretudo dos habitantes da Serra de Serpa.
Este dia ficará marcado na história local como o dia em que foram assinados os contratos para a electrificação da Serra de Serpa, um sonho há muito acalentado pelos habitantes da Serra que há muito ansiavam pela chegada da luz eléctrica às suas habitações.
A Serra de Serpa, moradia previligiada de gentes persistentes, incansáveis e empreendedora é também um lugar onde a ausência da electricidade que agora chega e se anúncia, não travou o espiríto inamovível e resistente contra as muralhas de interioridade e e adversidade que noutras regiões do país tem levado `debandada das populações face à escassez de meios existentes.
As gentes da Serra de Serpa são um vivo exemplo do amor à sua terra e de um espírito também ele igualmente empreendedor, pois pese-se a ausència da energia eléctrica, socorrendo-se de caros geradores (a que somados os elevados custos de aquisição, acrescem-se os de manutenção) conseguiram ainda assim manter alí pequenas unidades de produção, tal como ordenharias, e queijarias, a par de outras actividades.
Lembremo-nos que Serpa produz um dos melhores e dos três mais famosos queijos portugueses o queijo de Serpa(queijo puro de ovelha e cardo), típico precisamente desta Serra.
Resistindo mesmo aos elevados custos de produção que outrossim seriam económicamente favoráveis caso usufruíssem de energia da rede eléctrica.
É que os custos com os consumos de combustível, e manutenção dos grupos geradores são para um uso contínuo e permanente quase o dobro daqueles para os dos utentes da rede pública, considerando os preços dos combustíveis fósseis.
Adiante-se que o uso de grupos geradores mais não é do que uma solução de recurso, considerando os regulamentos de instalações eléctricas existentes, servindo apenas a causa do interrompimento temporário da energia proveniente das centrais de modo a assegurar o conforto das pessoas e o funcionamento em condições "regulares" dos equipamentos.
A este respeito, da assinatura dos contratos de elctrificação da Serra de Serpa noticiou a Rádio Pax, ainda esta madrugada, no sei sítio na internet e do qual transcrevo:
Contratos de Electrificação da Serra de Serpa celebrados hoje
"São hoje entregues os Contratos de Electrificação da Serra de Serpa. A cerimónia é presidida por António Serrano, Ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas.
Segundo a Associação dos Agricultores do Concelho de Serpa, esta obra vai tornar esta zona “mais rica” e com potencial para “lançar novos projectos Agrícolas”.
Sebastião Louro Rodrigues, presidente da Associação, referiu que este “era um projecto que já tinha 7 anos”, mas que a “a Associação nunca deixou de trabalhar e batalhar neste marco importantíssimo”.
O mesmo responsável realça que “estavam a ser discriminados em relação a outros agricultores que podem usar energia eléctrica”.
Sebastião Rodrigues vê esta aprovação dos Contratos de Electrificação com “grande alegria”.
A cerimónia de entrega dos Contratos de Electrificação da Serra de Serpa tem lugar esta manhã no Salão Nobre da Câmara Municipal de Serpa. "
(
Ver o a notícia original)
No entanto ao fim da tarde em notícia com origem na Agência LUSA, públicada pela CONFRAGI (Confederação Nacional das Coperativas Agrícolas de Portugal) podia-se lêr:
7/14/2010
Ministro apela a agricultores da Serra de Serpa para aproveitarem condições competitivas devido a electrificação
O ministro da Agricultura, António Serrano, apelou hoje aos agricultores da Serra de Serpa para aproveitarem bem as condições de competitividade que vão ser criadas com a electrificação rural da zona, uma reivindicação com nove anos.
O projecto de electrificação da Serra de Serpa «vai beneficiar 221 explorações agrícolas, criando condições de competitividade idênticas às que existem noutras regiões», disse à agência Lusa António Serrano.
«Os agricultores da Serra de Serpa vão passar a ter duas condições que não tinham: acesso à electricidade, a partir da concretização do projecto de electrificação rural da zona, e acesso à água, através da barragem do Enxoé, que já está ligada à albufeira de Alqueva, para poderem fazer uma agricultura moderna e de regadio», explicou. «Deixo uma palavra de estímulo aos agricultores para que aproveitam bem as novas condições», disse António Serrano, que falava à Lusa à margem da cerimónia de entrega do contrato de financiamento do projecto, que decorreu esta quarta-feira, em Serpa.
O projecto, num investimento de cinco milhões de euros, vai ser financiado em 99 por cento pelo Programa de Desenvolvimento Rural (Proder).
Segundo o ministério da Agricultura, a primeira fase do projecto, que irá beneficiar 52 explorações, deverá arrancar no próximo mês de Setembro e terminar em Dezembro de 2011.
A segunda fase, que irá beneficiar 169 explorações, deverá arrancar em marco de 2011 e terminar em Dezembro de 2012, altura em que a electrificação rural da Serra de Serpa estará concluída.
Trata-se de um projecto «adiado ao longo dos anos, porque nunca foi possível encontrar soluções de financiamento», mas «isso já foi possível através do Proder», frisou António Serrano.
«Não ter acesso a electricidade, era uma desigualdade enorme para as pessoas da Serra de Serpa, que hoje estarão muito felizes, porque finalmente vêem um projecto importante para o desenvolvimento da região a concretizar-se», salientou.
«Foi uma batalha ganha pelos agricultores», que «há nove anos andavam a batalhar para que a electrificação rural da Serra de Serpa fosse aprovada para financiamento», disse à Lusa o presidente da Associação de Agricultores do Concelho de Serpa (AACS), Sebastião Rodrigues.
«Hoje fez-se história», salientou, referindo que «é dramático e impensável, em pleno século XXI, num país que faz parte da União Europeia, haver pessoas a viver e agricultores a trabalhar sem luz na serra de Serpa, por onde não passa um único fio de electricidade».
Segundo Sebastião Rodrigues, «nunca houve vontade política nem dotação orçamental para a concretização do mesmo», mas, «agora, finalmente houve, em primeiro lugar, vontade política para que a obra fosse feita».
«É uma grande alegria e um grande incentivo para o desenvolvimento de uma zona já por si desfavorecida», frisou, salientado que «quando a electrificação estiver concluída, os agricultores da Serra de Serpa já terão as mesmas condições que a maioria dos agricultores tem».
-Parabéns Serpa...
3 comentários:
Finalmente estas gentes poderão adormecer descansados a pensar no futuro em que a sua noite será mais clara e os seus dias mais fáceis de passar... Bem vinda a electricidade a este cantinho, durante tantos anos esquecido...
Só um pequeno reparo o Queijo Serpa não é de ovelha e cabra ou só cabra - o Queijo Serpa é um queijo puro de ovelha (leite de ovelha e cardo) -mas também temos produtores (e bons) de queijo de cabra.
Peço imensa desculpa por me ter referido ao queijo de Serpa como sendo um quiejo de ovelha e cabra ou só de cabra.
Sei que dos três queijos mais conhecidos, produzidos em Portugal um deles é de facto de cabra ou de ovelha e cabra, talvez o da Serra da Estrela.
O outro queijo também famoso é dos Açores e ao que parece é fito de leite de vaca.....
Mas perdoem-me os "conneussers" de queijos se ponho os pés pelas mãos....
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